Lázaro Oliveira acaba de renovar contrato, por mais um ano, como treinador de futebol do plantel sénior do Portimonense. Mas há uma novidade: desta vez, o contrato inclui uma cláusula de rescisão, como foi anunciado hoje por Fernando Rocha, presidente do clube (e da nova SAD).
«Pela primeira vez, desde que estou no clube, o treinador tem uma cláusula de rescisão», disse Fernando Rocha, acrescentando que isso se deve ao facto de Lázaro ser «um treinador que vai ser pretendido por outros clubes». O presidente do Portimonense não quis revelar o valor da cláusula de rescisão, alegando que se trata de «um valor interno do clube».
Na apresentação que teve lugar hoje, ao meio dia, no Estádio Municipal de Portimão, Lázaro Oliveira explicou que a sua continuação à frente da equipa técnica – que se mantém – resulta do «reconhecimento pelo trabalho feito e das condições que o clube dá aos seus profissionais, no caso, ao treinador».
O Portimonense, garantiu, «é um clube sério, não deve um tostão aos seus profissionais, tem tudo em dia». Palavras do técnico que seriam corroboradas pelo presidente Fernando Rocha, afirmando que «o clube pode fazer a sua inscrição na II Liga porque não tem dívidas aos jogadores, ao fisco ou à Segurança Social».
O dirigente reconheceu «o trabalho que o Lázaro fez na época passada» e elogiou a sua «capacidade profissional e humana». «Para nós, a escolha do Lázaro foi fácil, mais difícil foi para ele, já que recebeu propostas de outros clubes, com outras condições. Só conseguimos convencer o Lázaro a ficar com o projeto que lhe apresentámos», acrescentou Fernando Rocha.
Depois da época tranquila e segura que o Portimonense concluiu, tendo alcançado o 6º lugar no campeonato da II Liga, Lázaro Oliveira adiantou que, na nova época, o trabalho passa por «construir novamente o plantel», para conseguir fazer «uma época de acordo com os pergaminhos do clube».
«Somos pessoas ambiciosas e queremos fazer o melhor possível, mas sem estabelecer metas. Queremos fazer um campeonato ao nível do que fizemos no ano passado», disse ainda o treinador do clube algarvio, acrescentando que o objetivo principal é, para já, «garantir estabilidade ao nível de resultados e exibicional».
O presidente do clube, defendendo também como meta «a continuidade numa base de estabilidade», acrescentou que, «se aparecerem outras oportunidades, cá estamos para as agarrar».
«A partir de hoje, vamos começar a trabalhar», nomeadamente na «escolha dos jogadores». «Vamos ver quem queremos e quem podemos contratar», disse Fernando Rocha. «Há clubes a oferecer valores que não sei como conseguem, mas nós não entramos nesse campeonato. Não vai haver loucuras», garantiu o presidente do Portimonense.
«SAD continua a ser gerida por pessoas do clube»
Quanto à Sociedade Anónima Desportiva (SAD) para gerir o futebol profissional, aprovada em Assembleia-Geral do clube no passado dia 29 de maio, tornada obrigatória pelo decreto-lei 10/2013 que regula as ligas profissionais, Fernando Rocha fez questão de esclarecer que, pelo menos para já, pouco irá mudar na gestão do clube.
Ele, enquanto presidente do Portimonense, é também, por inerência, presidente da SAD, cujo conselho de administração integra ainda Nuno Abreu, presidente do Conselho Fiscal do clube, e António Silveira, presidente-adjunto.
«A SAD continua a ser gerida por pessoas do clube», garantiu Fernando Rocha, numa mensagem destinada a tranquilizar os sócios.
«Foi criada uma SAD, mas não entrou nenhum mecenas. A criação da SAD era obrigatória, se não o clube não podia inscrever-se. Vamos ter um clube com as mesmas dificuldades, mas com os pés bem assentes no chão, com um orçamento normal para um clube da II Liga», salientou.
A Assembleia-Geral da passada semana aprovou a criação da SAD do Portimonense com um capital social de 1,1 milhões de euros, ficando o clube, para já e até à entrada dos investidores, detentor de 1.099.996 euros, verba correspondente ao valor atual dos jogadores. Os restantes quatro euros são repartidos pelo presidente, vice-presidente, presidente do conselho fiscal e vice-presidente da Assembleia-geral.
Após a entrada dos investidores, o clube ficará detentor de 30% do capital social e com o direito de designar o presidente da SAD, que terá poder de veto.
«Há investidores, mas porque acreditam na credibilidade do projeto. Já houve pessoas que ajudaram o clube e que entraram como acionistas, mas não há nenhum mecenas, nenhum grande acionista», esclareceu Fernando Rocha, no fim, em declarações ao Sul Informação.
Ainda antes de terminar a conferência de imprensa de apresentação do novo contrato de Lázaro Oliveira, o presidente do clube fez questão de falar de um «novo tipo de animal que apareceu em Portimão, as toupeiras fedorentas», que usam o anonimato das redes sociais, como o Facebook, para «tentar induzir os sócios em erro». «Quando algum sócio tiver alguma dúvida sobre o que se passa no clube, a minha porta está sempre aberta para o receber e falar com ele», concluiu Fernando Rocha.