O legado deixado por Manuel do Estanco Louro vai estar em foco na mesa redonda «A Memória Cristalizada na Palavra», que decorre no sábado, dia 8, às 16 horas, na Biblioteca Municipal de São Brás de Alportel, que foi batizada com o nome deste professor e investigador são-brasense há 11 anos.
A sessão propõe uma reflexão sobre os estudos etnolinguísticos deixados por Estanco Louro, ao mesmo tempo que assinala o 11º aniversário da atribuição do nome do investigador à Biblioteca.
Integrada no Ciclo de Conferências do Centenário do Município esta mesa redonda conta com a orientação de Isabel Cardigos e de Rui do Estanco Junqueira Lopes, neto de Estanco Louro.
«“A Memória Cristalizada na Palavra” pretende reunir os depoimentos de estudiosos, curiosos e interessados na vida e obra de Estanco Louro sobre o legado dos seus estudos para a investigação atual e sobre o seu exemplo ético de cidadão empenhado no progresso», segundo a Câmara de São Brás de Alportel.
Sobre Manuel Estanco Louro:
«Manuel Francisco do Estanco Louro pertenceu à geração mais jovem dos fundadores do Concelho de São Brás de Alportel. Sempre presente nos momentos mais marcantes, como a luta pela criação de um ramal dos caminhos-de-ferros, de escolas, de estradas, entre outros.
Este distinto professor e investigador são-brasense notabilizou-se no campo das letras. Publicou vários títulos sobre estudos literários e linguísticos, mas a sua obra fundamental, no âmbito da filologia, da toponímia e da dialetologia algarvias, permanece inédita.
A obra editada mais conhecida – O Livro de Alportel, é considerada hoje um modelo dos estudos etnográficos produzidos na viragem do século XIX para XX, que pretendiam legitimar o estatuto científico da etnografia. Esta obra consistiu no estudo minucioso da população, território e economia do concelho que o autor considerava fundamental para qualquer plano de desenvolvimento a ser concebido pelas entidades políticas e administrativas».