No mês em que se comemora o Dia Internacional do Livro e dos Direitos de Autor, o Posto de Turismo de Portimão vai ser palco no dia 20 de abril da apresentação do livro “O Colégio Jesuíta de Vila Nova de Portimão”, de Ana Figueiredo Santos, numa cerimónia que terá lugar a partir das 17h00 e que inclui beberete e sessão de autógrafos.
O livro já tinha sido lançado oficialmente em novembro de 2010, numa sessão que teve lugar na própria Igreja do Colégio.
A autora, ligada ao ensino e a instituições de solidariedade social durante algum tempo e atual presidente da Junta de Portimão, é licenciada em Estudos Portugueses pela Faculdade de Ciências Exatas e Humanas da Universidade do Algarve e mestre em História Regional e Local pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa.
A obra resulta da sua pesquisa histórica em torno da génese, edificação e crise do Colégio Jesuíta de Vila Nova de Portimão, e respeita ao período de meio século de administração jesuítica.
Através deste trabalho de investigação, com selo das Edições Colibri e patrocínio do Município de Portimão, Ana Figueiredo Santos procura divulgar a conjunção de vicissitudes económicas, culturais e ideológicas que concorreram para a construção de um dos marcos patrimoniais de maior interesse cultural, artístico e turístico da região algarvia.
O novo Posto de Turismo de Portimão localiza-se em pleno centro da cidade, no nº 10 da Rua 5 de Outubro, e é um dos principais canais de informação da ATP – Associação Turismo de Portimão, entidade que tem como principal responsabilidade a promoção e animação turística, do destino “Portimão”, funcionando no horário de primavera de segunda a sábado entre as 9h30 e as 19h00, com encerramento ao domingo.
Um colégio e uma igreja com muita história para contar
O livro de Ana Figueiredo resulta da sua tese de mestrado em História Regional e Local, defendida em 2002 na Universidade Clássica de Lisboa.
Na apresentação em novembro de 2010, a autora recordou que o Colégio Jesuíta de Portimão foi construído em 1660, «numa altura em que o Algarve era uma região ainda mais periférica em relação ao centro de poder, em Lisboa».
A criação de um colégio foi, aliás, disputada de forma acesa entre Portimão e Lagos, enquanto em Faro era fundado o Colégio de Santiago Maior, em 1616 (hoje Teatro Lethes).
E porquê esta disputa? Porque se entendia que a criação de uma escola que pudesse ensinar a ler, escrever e contar, além da educação religiosa, seria uma mais valia para a então Villa Nova de Portimão.
«As elites locais compreenderam que seria importante, até para a afirmação da terra e a sua própria, trazer para cá o Colégio Jesuíta», frisou.
E quem acabou por pagar a construção do edifício e garantir tudo o que seria necessário ao sustento dos escolásticos e dos restantes membros da Companhia de Jesus em terras de Portimão foi um dos mais destacados membros da elite local, Diogo Gonçalves, cujos restos mortais repousam ainda hoje na Igreja do Colégio.
Começando o processo em 1659, o Colégio só começou a funcionar provisoriamente em 1704, enquanto a Igreja, aquela em que mais de 200 pessoas se reuniram no passado dia 22, abriu ao culto em 1707.
No entanto, a vida deste colégio menor (ensino primário e secundário até à preparação para a universidade) havia de ser relativamente curta, já que só funcionou durante 50 anos.
Em 1759, o Marquês de Pombal, no reinado de D. José I, expulsou os Jesuítas de Portugal, e com eles saiu do país também uma certa igreja mais aberta e mais iluminada.
O Colégio passou depois por muitas vicissitudes: entre muitas funções que albergou ao longo dos séculos, foi hospital, é hoje lar de idosos e sede da Junta de Freguesia. A sua igreja foi, até há meia dúzia de anos, a capela mortuária da cidade.
Hoje, depois de uma campanha de restauro paga em grande parte pela Câmara de Portimão, está aberta a visitas, enquanto vai recebendo as missas da paróquia, durante as obras da vizinha Igreja Matriz.