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O livro de divulgação científica “Biodiversidade do Estuário do Rio Arade”, que resulta de um levantamento efetuado pelo Grupo de Investigação Pesqueira do CCMAR – Universidade do Algarve, vai ser apresentado na Biblioteca Municipal Manuel Teixeira Gomes, em Portimão, no dia 4 de abril.

A apresentação, marcada para as 21h30, estará a cargo de Karim Erzini, Luis Bentes e Jorge Gonçalves em representação do CCMA, que falarão sobre o projeto “Arade” e sobre o levantamento feito no estuário deste rio, considerado “uma das joias inesperadas da natureza da região costeira algarvia”, porque, segundo os investigadores, “alberga uma biodiversidade extraordinária e fascinante, ainda pouco conhecida pela grande maioria das pessoas.”

Esta edição inclui uma listagem com 104 espécies de peixes e 186 invertebrados e pretende dar a conhecer o estuário do rio que banha Portimão, “tarefa imprescindível e urgente” na perspetiva dos responsáveis por este trabalho científico, uma vez que a biodiversidade do Arade “tem um valor ambiental, cultural, social e económico inestimável, devendo ser protegida e gerida de forma sustentável.”

Trata-se de um ecossistema que fornece as condições ambientais adequadas para a ocorrência de centenas de espécies de peixes e de invertebrados, como as sardinhas, os robalos, as amêijoas, as santolas, os polvos ou os chocos, entre muitas outras, sendo o estuário do Arade importante para os juvenis destas espécies, que aí encontram refúgio e alimento, assegurando a sua sobrevivência antes de se aventurarem no mar ou nos rios.

Investigação de nível internacional

O Grupo de Investigação Pesqueira do CCMAR dedica-se ao estudo da biodiversidade marinha e das pescas desde 1992, tendo desenvolvido estudos de mapeamento de habitats marinhos em sistemas lagunares como a Ria Formosa, estuários como o Arade e Guadiana, canhões submarinos como o de Portimão e São Vicente e montanhas submarinas como o Banco Gorringe.

Nessa linha de investigação, os mapas da biodiversidade marinha da costa algarvia desenvolvidos são dos mais completos a nível europeu, tendo o grupo publicado mais de cem artigos científicos em revistas internacionais de grande impacto e realizado dezenas de projetos internacionais, formando muitos cientistas que trabalham nos principais institutos de investigação a nível mundial, ao mesmo tempo que avaliou recursos pesqueiros e impactos de diversas pescarias, sendo pioneiro no estudo da pesca lúdica em Portugal.

Além de promover a monitorização de longo alcance das comunidades de peixes da Ria Formosa e estuário do Arade, este grupo também descobriu várias espécies novas para a costa portuguesa e algumas para a ciência e inovou no campo da cartografia da biodiversidade marinha na ótica da gestão integrada do espaço marítimo.

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