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Uma moradia nas Residências do Parque em Loulé, da autoria dos arquitetos Carlos Delgado Pinto, Vera Sousa e Júlia Vilhena, na categoria de Obra Nova, e uma casa em Torres de Apra, dos arquitetos Rogério Paulo Inácio, Jennifer Silva Pereira e Patrícia Malobbia, na categoria de Obra de Recuperação e Reabilitação, foram os projetos vencedores do Prémio de Arquitetura e Urbanismo do Município de Loulé, referentes aos anos de 2010 e 2011, entregues na sexta-feira.

Na categoria de Obra Nova, foram ainda atribuídas duas menções honrosas, a duas moradias: uma em Vale do Lobo, freguesia de Almancil, da autoria dos arquitetos Vasco Vieira e Marco Sousa, e outra no “Aldeamento Vilamoura Ténis”, da autoria dos arquiteto Jorge Ventura e Diogo Neves.

Relativamente à Categoria C (Obra de Urbanismo), não foi atribuído qualquer prémio, pois, como explicou o presidente do júri Joaquim Guerreiro, “pretendemos dar um sinal de que é necessário melhorar, esta é uma forma de estimular a motivação e atenção em torno desta área”, sublinhando “o esforço e a preocupação dos urbanizadores na melhoria do trabalho efetuado”.

Prémio da Categoria A - Residências do Parque

De acordo com Joaquim Guerreiro, nesta edição “imperou a criatividade e a inovação das obras apresentadas”.

O júri desta terceira edição do Prémio de Arquitetura e Urbanismo foi composto pelo vereador Joaquim Guerreiro (presidente do júri), Albano Torres, representante da Assembleia Municipal, João Guerreiro, nomeado pela Câmara Municipal na qualidade de munícipe de reconhecido prestígio, Camilo Vaz, da Ordem dos Arquitetos, Diogo Mateus, nomeado pela Associação de Urbanistas Portugueses, Gonçalo Duarte Gomes, da Associação Portuguesa dos Arquitetos Paisagistas, e Sofia Pontes, nomeada pela Câmara Municipal.

 

Prémio já é referência

 

Joaquim Guerreiro considerou este galardão como “um trabalho vencedor”, que conta já com três edições, e que “é referenciado em vários setores, particularmente nestas áreas da arquitetura e urbanismo”.

João Guerreiro, reitor da Universidade do Algarve, convidado para a Autarquia para fazer parte do júri desta edição, fez uma abordagem histórica das questões do urbanismo na região do Algarve.

O reitor falou igualmente da explosão urbanística no Algarve e das consequências. “Não havendo grande tradição na arquitetura algarvia e tendo a região sofrido, nos últimos trinta anos, o impulso de promoção da construção, a expansão verificada levou a que se fizesse de tudo. Urbanizações com uma elevada qualidade em paralelo com arranjos urbanísticos inexplicáveis, apenas facilitados pela possibilidade de acrescentar uns metros quadrados a imóveis, eles próprios em fase de degradação funcional. Centros urbanos com história foram, nalguns casos, parcialmente passados a ferro e dramaticamente tiveram quarteirões inteiros substituídos por modelos de apartamentos de qualidade duvidosa. No domínio estético, e entendendo a fluidez e a subjetividade desta variável, as intervenções na arquitetura oscilam entre arranjos pesados, difíceis de justificar, e projetos elegantes e na maior parte das vezes ajustados ao ambiente natural onde se inserem”, considerou.

Quanto ao futuro da atividade turística na região, João Guerreiro acredita que esta poderá estar muito dependente das condições urbanísticas. “A atração e a fidelização de cidadãos nacionais e estrangeiros que nos visitam será tanto mais fácil quando maior for a qualidade dos nossos espaços urbanos, dos edifícios associados à hotelaria e à imobiliária para arrendamento, do ordenamento urbano e quando mais facilitada for a mobilidade na região. A relevância da região, enquanto destino turístico, depende naturalmente de variados fatores, mas a componente urbanística é fundamental”, afirmou ainda.

Menção Honrosa da Categoria A - Vale do Lobo

Já o presidente da Câmara Seruca Emídio congratulou-se com esta iniciativa “que faz todo o sentido num concelho em que o peso do urbanismo e da imobiliária têm sido avaliados numa perspetiva positiva”.

Em relação à ausência de premiados na categoria C (Urbanismo), este responsável disse que “é uma área onde ainda há muito por fazer”.

“A recuperação urbanística vai ser das vertentes mais importantes do futuro, há necessidade de sensibilizar os construtores para valorizar esta vertente”, afirmou o edil.

O autarca deixou o seu reconhecimento a todos os serviços e pessoas da Câmara Municipal ligados a esta área e que tornaram o departamento de urbanismo “mais respeitável, credível e transparente”.

Por último, este responsável manifestou o seu desejo que o próximo executivo municipal prossiga o investimento realizado nesta área.

 

Os prémios, em pormenor:

 

Obra Nova – distinguida uma habitação unifamiliar nas Residências do Parque em Loulé, freguesia de S. Clemente, propriedade de Pedro Neto Gomes, com projeto da autoria da INLOKI, Lda – Arquiteto Carlos Delgado Pinto (coordenador), Vera Sousa e Júlia Vilhena (colaboração).

Ainda nesta categoria foram atribuídas duas menções honrosas – a primeira a uma habitação unifamiliar em Vale do Lobo, freguesia de Almancil, da autoria de Arqui+, Arquiteto Vasco Vieira e Arquiteto Marco Sousa (colaboração).

E a segunda a uma habitação unifamiliar no lote 3 da zona 2 do sector 3 – “Aldeamento Vilamoura Ténis”, do promotor IMODUNA – Investimentos Imobiliários, S.A – Engº. Luis Pires, sendo a autoria do Arquiteto Jorge Ventura e Arquiteto Diogo Neves (colaboração).

Obra de Recuperação e Reabilitação – distinguida a habitação unifamiliar em Torres de Apra, freguesia de S. Clemente, propriedade de Arnold Georg Hubmann e Maria Amália Coelho Costa Hubmann, com projeto da autoria de Cooptar, CRL – Arquiteto Rogério Paulo Inácio, Arquiteta Jennifer Silva Pereira e Arquiteta Patrícia Malobbia.

Com este prémio, a Câmara Municipal de Loulé pretende promover e incentivar a qualidade arquitetónica e urbanística do concelho, bem como fazer o reconhecimento público do profissionalismo e espírito inovador dos intervenientes, proporcionando um serviço de melhor qualidade aos cidadãos, enquanto destinatários últimos destas obras.

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