Uma exposição permanente dedicada a Duarte Pacheco, que foi o mais influente ministro das Obras Públicas do século XX português, vai ser inaugurada no dia 17 de maio, na casa que pertenceu a este estadista, frente à Câmara Municipal de Loulé.
A informação foi revelada ao Sul Informação pelo vereador da Cultura Joaquim Guerreiro, que acrescentou que a exposição permanente reconstituirá o escritório de Duarte Pacheco, com objetos e mobiliário que lhe pertenceram, bem como conterá muita informação sobre o seu pensamento e obra.
Esta espécie de casa-museu, que passará a funcionar e estar aberta a visitas no edifício onde hoje funciona a Assembleia Municipal de Loulé e que até há pouco tempo acolhia também a Casa da Cultura de Loulé, apresentará espólio cedido pela Câmara de Lisboa, da qual foi presidente, e pelo Instituto Superior Técnico, construído sob a égide de Duarte Pacheco.
Filho de um comissário da polícia de Loulé, aluno brilhante do IST, em Lisboa, onde se formou em Engenharia Eletrónica em 1923 e se tornou primeiro professor e depois diretor, Duarte Pacheco assumiu o seu primeiro cargo político em 1928, com apenas 29 anos, quando foi nomeado ministro da Instrução Pública.
Mas Duarte Pacheco viria a ser conhecido como ministro das Obras Públicas e Comunicações de Salazar, cargo para que foi convidado pela primeira vez aos 33 anos, assumindo a pasta em julho de 1932.
Em 1936, com uma reforma da corporação política, Duarte Pacheco é afastado do Governo, regressando ao Instituto Superior Técnico, mas ferido politicamente e profetiza que “hão de vir em peregrinação pedir-me desculpas e suplicar-me que regresse”. Profecia que sai certa.
No dia 1 de janeiro de 1938, Duarte Pacheco é nomeado presidente da Câmara Municipal de Lisboa, e meses depois, a 25 de maio, em acumulação, novamente ministro do Governo, passando a ocupar a pasta das Obras Públicas, pasta que desta vez só abandonará com a morte ao serviço da Nação Portuguesa.
É que Duarte Pacheco morreu na sequência de um acidente de viação entre Montemor-o-Novo e Vendas Novas, após despiste do veículo oficial em que seguia, a 15 de novembro de 1943. O ministro ainda sobreviveu ao grave acidente, foi transportado para o Hospital da Misericórdia de Setúbal. Mas acabou por morrer na madrugada seguinte, devido a uma hemorragia interna.
Duarte Pacheco está sepultado no Cemitério de Loulé.