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O projeto “LIFE Charcos – Conservação de Charcos Temporários na Costa Sudoeste de Portugal” vai ser apresentado em Odemira, no dia 27 de fevereiro, às 14 horas, no auditório da Associação de Beneficiários do Mira.

Além da apresentação do projeto que pretende restaurar e promover a conservação deste habitat natural ameaçado, será abordada a biodiversidade única que lhes está associada e o seu contexto hidrogeológico, estando prevista uma visita de campo (a confirmar, de acordo com as condições meteorológicas).

O Projeto LIFE Charcos é coordenado pela Liga para a Proteção da Natureza (LPN), em parceria com a Universidade de Évora, Universidade do Algarve, Centro de Ciências do Mar, Município de Odemira e Associação de Beneficiários do Mira.

O Projeto LIFE Charcos será implementado no Sítio de Interesse Comunitário (SIC) da Costa Sudoeste da Rede Natura 2000, parcialmente coincidente com o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. O projeto é financiado pelo Programa LIFE da Comissão Europeia (75%).

Os Charcos Temporários Mediterrânicos que ocorrem na Costa Sudoeste de Portugal são um habitat natural muito ameaçado, devido à sua fragilidade ecológica e desconhecimento do seu valor natural. A intensificação da agricultura industrializada e o turismo constituem um dos principais fatores de declínio deste habitat.

De acordo com a LPN, “a flora e fauna que ocorrem nos Charcos Temporários são muito específicas e adaptadas à alternância de condições extremas de encharcamento ou secura, de acordo com a altura do ano, pois os charcos temporários são zonas húmidas em que a permanência da água depende da precipitação anual e das condições hidrogeológicas locais”.

“Algumas das espécies de fauna que aqui ocorrem, nomeadamente alguns crustáceos de água doce, são endemismos com uma área de distribuição muito reduzida. Um exemplo muito interessante é o Triops vicentinus, que é considerado um fóssil vivo, pois persiste desde os tempos em que surgiram os dinossauros e só existe na Costa Vicentina. Os charcos representam ainda um habitat essencial para a reprodução de anfíbios, sendo este o único habitat de água doce no qual se encontram quase todas as espécies de anfíbios que ocorrem na região”, acrescenta a LPN.

Para mais informações contactar: LPN 286 328 309 / lpn.castroverde@lpn.pt

 

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