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Macário Correia, que ontem deixou de ser presidente da Câmara de Faro, disse ao Sul Informação que não faz qualquer comentário sobre o pedido do PSD/Portimão para a sua expulsão do partido.

«Não faço quaisquer comentários sobre isso», disse Macário ao nosso jornal.

Também Pedro Xavier, presidente da Comissão Política de Secção do PSD portimonense e que irá assumir o cargo de vereador permanente na Câmara de Portimão após estabelecer um «acordo de coligação» com o PS, que detém a presidência da autarquia, não quis comentar o caso, apesar de contactado pelo nosso jornal, alegando que se trata de um assunto «do foro interno do partido».

No entanto, é já público que o PSD/Portimão quer propor a expulsão de Macário Correia do partido por este ter participado, durante a campanha eleitoral, numa iniciativa promovida pela candidatura da coligação «Servir Portimão», que é liderada pelo CDS-PP, mas integra pequenos partidos, independentes e dissidentes.

Já na altura, os social-democratas portimonenses emitiram um comunicado onde consideravam Macário Correia (curiosamente eleito em Faro por uma coligação que junta PSD e CDS) «persona non grata» no concelho de Portimão.

Mas a animosidade do PSD/Portimão não se vira apenas para o ex-autarca farense. Também os militantes do partido que se candidataram por outras forças políticas no município estão na sua mira.

Ao que o Sul Informação apurou, pelo menos cinco militantes do PSD integraram, em posições de destaque, a candidatura da coligação «Servir Portimão» e dois a do PS.

Os mais destacados são Nuno Inácio, que era cabeça-de-lista daquela coligação à Junta de Freguesia de Portimão, e é um militante histórico do PSD local, e Antonieta Guerreiro, que era número dois da «Servir Portimão», depois de ter sido já deputada eleita pelos social-democratas no Algarve.

«Optei por não me demitir do Partido, arriscando agora um processo disciplinar que pode concluir pela minha expulsão», admitiu Nuno Inácio em declarações ao Sul Informação.

O histórico do PSD portimonense diz ter sabido «informalmente» que o seu nome foi um dos apresentados no Conselho Nacional do Partido como passível de processo disciplinar, tendo a situação sido encaminhada para o Conselho de Jurisdição Nacional, que ouvirá os dissidentes.

Nuno Campos Inácio garante que apresentará defesa e explicará, «ponto por ponto, todos os motivos que me levaram a aceitar integrar uma candidatura contrária à oficial do Partido», escusando-se, no entanto e nesta fase, «a divulgá-los publicamente», por entender que «devem ser debatidos dentro das estruturas oficiais do Partido».

Apenas conclui que não vê «motivos para a expulsão, uma vez que o Partido é muito mais do que a concelhia de Portimão» e, se é certo que concorreu contra a candidatura oficial do partido em Portimão, «também é certo que apoiei ativamente candidaturas do PSD noutros municípios do Algarve».

Antonieta Guerreiro, por seu lado, diz que ficará «serenamente à espera da expulsão, se o partido decidir expulsar-me». Mas garante que «também quero explicar internamente as razões que nos levaram a optar por concorrer numa candidatura oposta à oficial».

Além disso, sublinha a ex-deputada do PSD, «Pedro Xavier lidera uma Comissão Política que já não tem legitimidade, porque muitas pessoas que a integravam foram-se desvinculando e voltando as costas. Além disso, como presidente da CPS, ele não fez uma assembleia de militantes para aprovar a lista candidata às Autárquicas».

Por estas razões, frisa Antonieta Guerreiro, «recuso apresentar a minha demissão do partido, porque acho que não incorri em nenhuma falta. Do ponto de vista formal, não há qualquer razão para que a Comissão de Jurisdição Nacional decida a nossa expulsão».

Pedro Xavier, porém, invoca os «estatutos do partido, que determinam a expulsão dos militantes que apoiem, sejam mandatários ou protagonizem candidaturas adversárias às apresentadas ou apoiadas pelo PSD».

sulinformacao

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