Três dos cinco membros do secretariado da Juventude Socialista de Loulé apresentaram a sua demissão esta quarta-feira, motivada por «uma forte discordância com o Coordenador Concelhio, Hélder Semedo, relativamente à condução política da Concelhia».
Abel Matinhos, André Correia e Josiana Forte anunciaram a sua decisão numa nota de imprensa e esperam, agora, que sejam convocadas novas eleições, já que a demissão da maioria do órgão executivo, «retira, ao abrigo dos estatutos da JS, os poderes ao Secretariado Concelhio, pelo que caberá ao Presidente da assembleia de militantes a convocação de eleições para os órgãos da concelhia».
Na base desta cisão interna na concelhia louletana da JS está o facto de os elementos demissionários do secretariado considerarem que «muitas das posições tomadas pela concelhia representam apenas a opinião e vontade do coordenador e não a da maioria dos militantes, sendo que muitas delas refletem questões sensíveis e de elevado interesse para os jovens do concelho, pelo que merceriam um profundo debate pela importância que possuem».
«Os membros demissionários consideram também que ao longo deste ano, as posições de afrontação tomadas pelo coordenador concelhio contra militantes da própria estrutura, para resolução de divergências internas, demonstram inequívocamente a incapacidade e a falta de condições políticas da parte do coordenador da concelhia para assumir com elevação as funções de elevada responsabilidade que assume», acrescentam.
Os três jovens socialistas avançam exemplos, nomeadamente «a forma como o coordenador concelhio Hélder Semedo tem criticado várias vezes outras estruturas da juventude socialista e colocado processos internos e externos a militantes da sua própria estrutura».
Os três elementos demissionários da direção da JS/Loulé acusam Hélder Semedo de ter assumido uma «postura autista», ao recusar realizar uma assembleia de militantes «para discução dos problemas internos da JS Loulé», em dezembro passado.
«Finalmente, a visão do Coordenador Concelhio sobre a estrutura da JS Loulé é francamente irrealista. A referência recorrente à mesma enquanto a maior estrutura da JS no Algarve, tanto em militantes como em iniciativas desenvolvidas, está francamente longe da realidade. A JS Loulé é apenas a quinta maior em número de militantes e conta com menos de uma dezena de militantes activos, sendo que não se verifica um grande envolvimente de jovens nas iniciativas da JS Loulé, nem este se traduz na renovação e no aumento dos número de militância que é necessária para a vitalidade da estrutura», rematam.
Da parte dos ex-membros do secretariado da JS/Loulé fica o desejo que a sua atitude «provoque um profundo debate na Juventude Socialista de Loulé e que devolva aos militantes a palavra para o projecto político que pretendem para o futuro».