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«É bom estar em casa. Obrigado por me fazerem voltar». Foi desta forma que o técnico Manuel Cajuda descreveu o seu regresso ao clube onde começou tanto como jogador como treinador principal, o Olhanense.

O treinador português falou em «alegria sem limites», que pareceu ter contagiado o primeiro treino orientado pela nova equipa técnica do clube de Olhão, onde a boa disposição imperou.

Manuel Cajuda entrou ao serviço esta manhã, menos de 12 horas depois de a anterior equipa técnica se ter demitido, e assinou contrato válido até final da temporada. Com ele, trouxe Rui Nascimento, técnico que há muito o acompanha.

Além do seu adjunto de há duas décadas, Manuel Cajuda encontrou no clube o treinador de guarda-redes Diamantino Figueiredo e admite contratar mais um elemento para completar a equipa técnica, ainda que não seja necessariamente um preparador físico.

Na conferência de imprensa que serviu para apresentar o novo treinador do Olhanense, que teve lugar hoje, terça-feira, ao início da tarde, a tónica foi para o regresso a Olhão de um filho da terra e homem da casa.

«A escolha não é surpresa para ninguém. Estávamos há algum tempo a pensar em soluções, caso as coisas não corressem bem [com Sérgio Conceição] e Manuel Cajuda era o favorito», disse o presidente do Olhanense Isidoro Sousa.

O técnico natural de Olhão já havia sido a primeira opção há cerca de um ano, quando Daúto Faquirá abandonou o comando técnico do Olhanense, mas na altura não foi possível consumar a contratação, tendo o clube optado por Sérgio Conceição.

«No ano passado, tentámos junto do União de Leiria [clube onde estava Manuel Cajuda na altura] no sentido de contar com ele, mas não foi possível», contou o dirigente.

Já o técnico revelou que este «não é um namoro antigo, é o único namoro» que existe, na sua perspetiva. «Ninguém pode qualificar nem quantificar a alegria que sinto dentro de mim por voltar a um estádio que ajudei a construir. Andei aí a apanhar pedras», disse o técnico, que recordou que começou a jogar futebol no Olhanense «com 15 anos, ainda no velhinho Estádio Padinha».

A contratação foi, por isso, fácil. «Quando o presidente me telefonou ontem, a dizer que precisavam de mim, meti-me logo a caminho [do Norte do País]. Não falámos nem em contrato nem em dinheiro», revelou Manuel Cajuda.

 

Manuel Cajuda conta com os que estão e até com os que já se retiraram

A questão do plantel e da falta de soluções, que terão estado na base da discórdia entre a anterior equipa técnica e a direção do clube, parecem incomodar pouco Manuel Cajuda.

O treinador diz contar com os que estão e esperar que os jogadores que estão lesionados recuperem depressa, além de afirmar que não lhe interessa que haja muitas entradas.

«Não preciso de levar jogadores comigo para casa. Temos uma boa equipa e um bom plantel e vamos seguramente recuperar alguns dos jogadores lesionados», disse.

Quanto à reintegração de Djalmir, goleador que arrumou as botas no início da temporada, mas que foi reintegrado no plantel recentemente, Manuel Cajuda diz que não terá qualquer problema em o usar.

«Conto com o Djalmir. Não fica pior! (risos)», disse Manuel Cajuda. «Há seis meses ainda jogava e ninguém envelhece assim tanto neste período de tempo», acrescentou, recordando que, quando treinou o Sporting de Braga, «o melhor jogador da equipa, o Karoglan, tinha 37 anos».

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