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Foto Cláudia Vargues

Marcelo Rebelo de Sousa esteve este sábado em Faro e não fugiu a falar com dezenas de manifestantes contra a exploração de hirdrocarbonetos ao largo da Costa Vicentina. O Presidente da República garantiu aos ativistas anti-petróleo que neste momento apenas se mantém ativa uma das cinco concessões que foram concedidas pelo anterior Governo, a da Galp/Eni e não acredita que possa ter grande futuro.

«Um ano depois, há muito mais hipóteses de chegarmos à lua, do que de haver o petróleo no Algarve», afirmou, numa referência a uma frase que proferiu em Loulé, em Julho, perante manifestantes anti-exploração de petróleo no Algarve. Na altura, afirmou que a exploração de petróleo no Algarve «é quase como eu ir à Lua, aliás é mais fácil eu ir à Lua».

Os manifestantes não ficaram tranquilizados com as garantias dadas pelo Presidente, que veio a Faro encerrar o Congresso «Pela Excelência da Economia do Algarve», da associação Algfuturo.  Isto porque não acreditam que haja apenas uma concessão ativa, uma vez que defendem que o consórcio Repsol/Partex ainda mantém os direitos de prospeção e eventual exploração de hidrocarbonetos.

Por outro lado, dizem haver planos para furar ao largo de Aljezur, a tal concessão ainda ativa, em Abril, quando uma parte importante da argumentação de Marcelo Rebelo de Sousa se prendeu com o facto do consórcio ter oito meses para fazer o furo de prospeção – «que não é de exploração», lembrou – e que já «passaram três meses e ainda não fez nada».

Foto Cláudia Vargues

Além dos ativistas anti-petróleo, também os ilhéus da Culatra aproveitaram a vinda do Presidente da República a Faro para o tentar sensibilizar para a questão das demolições nas ilhas-barreira da Ria Formosa. Neste caso, o movimento SOS Ria Formosa/Je Suis Ilhéu conseguiu “ganhar” uma audiência com Marcelo Rebelo de Sousa em Belém, que será agora agendada.

A chegada dos proprietários de casas dos núcleos do Farol e Hangares da Ilha da Culatra acabou por engrossar as fileiras da manifestação, que tinha começado bem cedo, no sábado. Logo pelas 9h00, cerca de duas dezenas de pessoas juntaram-se frente à da Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve (EHTA), em Faro, à espera de “apanhar” o ministro da Economia.

Manuel Caldeira Cabral acabou por não comparecer e a secretária de Estado do Turismo, que esteve no Algarve a representá-lo, também não usou a entrada principal para aceder à EHTA. Isso não impediu os manifestantes de gritar palavras de ordem e não evitou que se tenham vivido alguns momentos de tensão, quando a polícia ordenou aos ativistas que se colocassem numa zona previamente delimitada por baias, com alguns manifestantes a resistir.

No auditório da escola, os trabalhos decorriam com normalidade, alheios à manifestação que ocorria no exterior. Ao longo do dia, falou-se de turismo, mas também de vias alternativas de desenvolvimento económico do Algarve, através da aposta nos setores produtivo e nos produtos regionais.

A Marcelo Rebelo de Sousa coube fazer o balanço final do evento, altura em que aproveitou para afirmar a sua paixão pelo Algarve e passar a mensagem de que acredita que há todas as condições para que a região algarvia possa ter turismo o ano inteiro, desde que a estratégia dos agentes do setor seja orientada nesse sentido e aposte forte noutros nichos do turismo que não o Sol e Praia.

O Presidente da República não foi para casa de mãos a abanar, já que a Algfuturo fez questão de lhe oferecer, em plena sessão de encerramento do Congresso, um quadro que pretende representar a alma algarvia.

 

Vejas as fotos da manifestação e da conferência:

Fotos: Hugo Rodrigues/Sul Informação | Cláudia Vargues

 

 

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