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Cerca de um milhar de pessoas, em centenas de carros, motos, autocarros e camiões, provenientes de todo o Algarve e até da vizinha Espanha, já percorrem a Via do Infante, na marcha-lenta contra as portagens.

As diversas colunas de veículos, provenientes de quatro pontos do Algarve (Altura, Portimão, Tavira e Albufeira) , convergiram para o Parque das Cidades, junto ao Estádio Algarve, e pouco depois das 16h30, partiram em direcção à A22, onde agora circulam, em marcha lenta.

A marcha vai agora a caminho da grande concentração final do protesto, frente ao Fórum Algarve, à entrada de Faro, cerca das 18h00.

A manifestação anti-portagens, que já estava marcada, ocorre um dia depois de o ministro da Economia ter anunciado que o Governo vai avançar com portagens em todas as SCUT aprovadas pelo anterior Governo até final do mês. Uma dessas SCUT é a Via do Infante/A22.

«Mesmo assim o endividamento após a introdução das portagens em 2030 será de 21 mil milhões de euros. É insustentável», afirmou Álvaro Santos Pereira, que falava na Comissão Parlamentar da Economia e Obras Públicas.

O ministro anunciou também a renegociação dos contratos de introdução de portagens em todas as SCUT (autoestradas sem custos para o utilizador) e o cancelamento e suspensão de vários troços.

Álvaro Santos Pereira revelou ainda que o Governo deverá aprovar na quinta-feira próxima, em Conselho de Ministros, o decreto-lei que regulamentará a introdução das portagens na A22, e ainda nas SCUT das Beiras Litoral e Alta, Beira Interior e Interior Norte.

Em resposta a estes anúncios, a Comissão de Utentes da Via do Infante já considerou que a decisão do Governo “já era esperada” e vai ter a sua “oposição”.

Hélder Raimundo, da Comissão de Utentes, citado pela Agência Lusa, disse que “de qualquer maneira a nossa luta não se resume às marchas que estamos a fazer, e como se sabe amanhã [este sábado] temos outra marcha contra as portagens. A nossa palavra de ordem, que encabeça o cartaz, é: Sempre contra as portagens na Via do Infante”.

Hélder Raimundo explicou que, além das marchas que a Comissão tem organizado desde que o anterior governo PS decidiu introduzir portagens na Via do Infante, também estão a ser planeadas ações “no campo jurídico”, como uma petição que espera discussão na Assembleia da República, uma ação popular interposta no Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé ou uma providência cautelar que está preparada à espera que o Governo publique o diploma a regulamentar a cobrança de portagens na A22.

“Temos o texto da providência cautelar preparado, mas só podemos interpô-la após a publicação no Diário da República do diploma que define a cobrança de portagens, com o preço por quilómetro, as isenções e todos os outros mecanismos regulamentares, nessa altura faremos avançar e a justiça decidirá sobre isso”, afirmou.

Raimundo lembrou que “é necessário o governo aprovar o diploma, depois ser promulgado pelo Presidente da República e finalmente publicado em Diário da República”, pelo que lhe parece “curto” o prazo até final do mês para consumar o processo apontado pelo ministro da Economia.

A manifestação de hoje inclui uma delegação espanhola, chefiada pelo Alcaide de Ayamonte.

A grande marcha de protesto de hoje é organizada pela Comissão de Utentes da Via do Infante, Grupo Algarve (Facebook) – Portagens na A22 Não, CFC – Movimento Com Faro no Coração e Moto-Clube de Faro, e recebeu o apoio da União dos Sindicatos do Algarve (CGTP).

 

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