Marés vivas são esperadas hoje, amanhã e sábado, dias 19, 20 e 21 de Fevereiro, pelo que poderá haver inundações nas zonas ribeirinhas de Tavira, Santa Luzia, Faro (Doca), Portimão ou Ferragudo, entre outras ao longo da costa sul algarvia.
Por isso mesmo, a Capitania do Porto de Tavira e o Serviço Municipal de Proteção Civil deste concelho já emitiram avisos para a possibilidade de inundação por transbordo de linhas de água nas zonas historicamente mais vulneráveis, danos em infraestruturas e equipamentos que possam ficar submersos, possíveis acidentes na orla costeira, inundações de estruturas urbanas subterrâneas com deficiências de drenagem e ainda afetação de serviços públicos e do comércio local situados nas zonas mais vulneráveis.
Bruno Gonçalves, meteorologista amador responsável pelo site Meteofontes, disse ao Sul Informação que «felizmente não temos nenhuma situação de temporal associadoa estas marés. Caso isso acontecesse, a altura da maré poderia ser ainda mais intensificada e tornar a situação mais delicada».
De qualquer modo, acrescentou, «com marés tão altas, será de esperar que nas zonas mais perto do mar ou entradas de rio (Ferragudo é um caso), possa haver “galgamento” das águas para zonas normalmente “secas”».
«Isto não é nada que já não tenha sucedido em anos anteriores, não há aqui propriamente um “perigo”, mas uma situação em que as pessoas nesses locais deverão ter mais atenção, de forma a salvaguardar alguns bens que possam estar mais expostos», disse.
Quanto às grandes marés previstas, e referindo os dados do Porto de Lagos, Bruno Gonçalves revelou que «esta madrugada já tivemos uma maré de 3,82 metros, mas a maior será na próxima madrugada de sexta-feira, com 3,91m. Na madrugada de sábado, teremos uma outra de 3,89m».
Tendo em conta a sua situação, a zona mais atingida por estas marés vivas costuma ser a baixa de Tavira, situada ao longo do Rio Gilão.
Daí que o Serviço Municipal de Proteção Civil tenha aconselhado à população em geral, em especial aos comerciantes e residentes na baixa da cidade que retirem «equipamentos e artigos que se encontrem junto ao solo, passíveis de ser danificados com entrada de água», que garantam «a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais e retirada de inertes e outros objetos que possam ser arrastados ou criem obstáculos ao livre escoamento das águas», que não atravessem as «zonas inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas», que, nestes três dias, evitem «estacionar veículos na baixa da cidade», que tenham «atenção à condução de veículos, nomeadamente nas vias que possam vir a ser inundadas» e respeitem «os cortes de estradas ou indicações de vias alternativas» e ainda que tenham «cuidados redobrados com atividades relacionadas com o rio e passeios à beira-rio».
O meteorologista Bruno Gonçalves explicou ainda ao Sul Informação que estas grandes marés têm a ver com o Equinócio da Primavera, costumando, por isso, acontecer nesta época do ano. «A aproximação do Sol do Equador (equinócio a 21 de Março) provoca uma intensificação das marés, principalmente em situação de Lua Nova».
Fotos: Nuno Loureiro / arquivo