A Marinha já começou, esta manhã, a usar um veículo submarino com controlo remoto para procurar os veículos e os corpos das vítimas que estão ainda submersos na pedreira de Borba.
De acordo com a Marinha, e como se pode ver nas imagens em vídeo, esta manhã estiveram em ação equipas integrando elementos dos Mergulhadores e do Instituto Hidrográfico. Foi utilizado um mini-submarino, equipado com um sonar.
O comandante Fernando Fonseca, porta-voz da Marinha, tinha já explicado que o submarino com controlo remoto é, normalmente, utilizado no mar, rios e algumas albufeiras e tem como principal função descobrir minas que estejam fundeadas.
A utilização do equipamento numa zona tão confinada como é a pedreira levanta algumas dúvidas quanto ao sucesso da operação, uma vez que o submarino necessita de «algum espaço para poder ganhar as referências no seu sistema de navegação».
Numa zona tão confinada, «poderá não ser possível o equipamento estabilizar. Se tiverem sucesso em fazer o alinhamento do sistema de navegação, vão tentar que o sonar, que faz a busca pela projeção do som dentro de água, possa detetar as viaturas e passar a informação», frisou.
Ainda esta tarde devem chegar mergulhadores da Marinha ao local, que só entrarão na água se for garantida a sua segurança.
Entretanto, também já foi instalada uma terceira motobomba, para reforçar a drenagem de água da pedreira atingida pelo deslizamento de terras e colapso do troço da estrada entre Borba a Vila Viçosa. Com esta terceira bomba, deverá ser possível retirar 500 mil litros de água por hora.
Na terça-feira à tarde, foi retirado o corpo de um dos dois mortos confirmados, havendo ainda três pessoas dadas como desaparecidas.
Segundo o jornal Observador, os cães das equipas cinotécnicas que estavam a auxiliar nas operações de busca na pedreira de Borba terão sinalizado, por mais do que uma vez, o local onde pode estar a segunda vítima da derrocada. Suspeita-se que o corpo possa estar junto à retroescavadora na qual trabalhava.
A vítima poderá estar presa por baixo da terra e rochas que caíram juntamente com a estrada, pelo que os trabalhos para remover rochas de grande dimensão já se iniciaram na quinta-feira. Mas a remoção dos grandes blocos pode agravar a instabilidade dos taludes e provocar novas derrocadas.
O desmoronamento de terras e pedra, causando a queda de um troço de 100 metros da estrada entre Borba e Vila Viçosa, no distrito de Évora, para o interior de uma pedreira, com cerca de 50 metros de profundidade, deu-se na segunda-feira, às 15h45.
Na queda, foi arrastada uma retroescavadora e duas viaturas civis, um automóvel e uma carrinha de caixa aberta.