Mayra Andrade vai apresentar-se na próxima quinta-feira, 14 de Agosto, às 22h00, em concerto no parque do Palácio da Galeria, em Tavira, naquela que será a segunda de três apresentações ao vivo em Portugal.
Em destaque no concerto estará o mais recente álbum, «Lovely Difficult», que a cantora cabo verdiana lançou em Novembro do ano passado, e que, como salientou em entrevista à Rádio Universitária do Algarve e ao Sul Informação, « é uma aposta numa sonoridade mais pop, mais contemporânea».
A pequena tournée de Mayra Andrade, bastante reconhecida em Portugal, Brasil, nos PALOP, França, entre outros, tendo já sido premiada pela BBC Radio 3 World Music na categoria Revelação, passa ainda por Cascais (amanhã) e por Braga (dia 15).
Este novo álbum, que serve então de base ao concerto que voltará a trazer Mayra ao Algarve, inclui «três músicas em inglês e três músicas em francês», sendo, «no seu todo, uma viragem». «A minha essência continua, e as pessoas reconhecem-me neste disco».
«Na sua globalidade, é um disco que tem vindo a ganhar novo público, mas que tem mais do que single. Em França, cada rádio elegeu um single. Em Portugal, sei que o «We used to call it Love» rodou muito, também foi feito um clip desta música. Mas não tenho a sensação de que este disco cativou apenas por uma música», disse a cantora.
Apesar desta incursão por outras línguas, para além do crioulo, que «praticamente só é entendido pelos cabo-verdianos », Mayra considera que «a música vai muito para além da língua», já que, mesmo quem não compreende o que canta se pode apaixonar pela sua música. É a multiculturalidade própria da música, que se exprime também nas diferentes formas como o público reage a um concerto: «há lugares onde as pessoas estão a gostar mas não mostram, não se expressam, e nós, que estamos habituados a uma reação mais calorosa ficamos assustados. Mas depois, no final, as pessoas levantam-se e pedem dois, três bis».
«É isso que é interessante na vida da estrada, vamos ao encontro das pessoas e das diferenças que existem entre elas», explica.
E o que se pode esperar do concerto em Tavira? «É essencialmente baseado no reportório do último disco, mas também com algumas musicas do primeiro, o «Navega». Tenho uma formação nova, com músicos novos», explicou Mayra.
«O disco saiu em Novembro e logo em Dezembro estávamos a apresentá-lo no CCB em Lisboa e na Casa da Música, no Porto. Mas o concerto, desde então, evoluiu muito. Ao fim de oito meses é outra energia, outra forma de cantar as músicas», garantiu.
A cantora cabo verdiana, já com uma sólida carreira internacional, sublinha que «o público português tem-me acompanhado desde o primeiro dia, de uma forma muita carinhosa».
Quanto a uma sugestão pessoal, além do sucesso que tem sido, nas rádios nacionais, o «We used to call it Love», Mayra Andrade apresenta «Terra Longe/Téra Londji». «É um hino que fiz para Cabo Verde. Dentro de toda a globalização musical, não deixo de ser uma cabo verdiana muito apaixonada pela música do meu país e por esta cultura».
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