O médico tavirense Jorge Correia, atualmente com 98 anos, foi distinguido com Medalha de Ouro do Ministério da Saúde, uma forma de reconhecimento oficial da «sua entrega e dedicação incansável à área médica e à causa pública com mais de meio século», com uma forte dose de humanismo, segundo a Administração Regional de Saúde do Algarve.
A distinção foi atribuída esta quinta-feira, após recomendação feita ao Governo pela ARS do Algarve, e recebida, em Lisboa, pela neta de Jorge Correia. Mas o quase centenário agraciado não deixou de reagir, considerando a partir da sua casa em Tavira que, com esta condecoração, «triunfou a clínica», segundo uma nota publicada no site deste instituto público.
O clínico, licenciado em medicina e cirurgia, começou a sua longa carreira «na Casa do Povo da Conceição e no Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Tavira, onde se regeu, até a sua aposentação do Serviço Nacional de Saúde aos 70 anos de idade, pela profunda dedicação aos seus utentes».
Descrito pelos familiares como «muito despachado», «generoso» e sempre pronto para ajudar, este médico (e não só) esteve «sempre apegado aos estudos» e manteve «uma grande dedicação à procura constante de novos conhecimentos, novas abordagens e técnicas na área médica, e sempre com a mesma entrega à prática clínica».
Paralelamente à medicina, foi diretor e patrono da atual Escola Secundária de Tavira, à qual foi atribuído o seu nome. Também ocupou o lugar de deputado da Assembleia Nacional e de Presidente da Câmara de Tavira entre 1959 e 1971 (galardoado com a Medalha de Ouro da cidade em 2000). Foi , que tem o seu nome.
«Com um percurso invejável de longevidade e com uma vasta experiência na área médica adquirida em Portugal e em Cabo Verde, muitas vezes como médico voluntário e não remunerado mas a trabalhar em equipas lideradas por especialistas de grande renome na época, Dr. Jorge Correia fez da medicina a “grande paixão da vida dele”, como conta, com orgulho, o filho Luís Correia ao receber a notícia sobre a atribuição da Medalha de Ouro do Ministério da Saúde», descreveu a ARS do Algarve.
«Na altura, ser médico em Tavira era obra. Havia poucos especialistas no Algarve. O meu pai, junto com outros colegas cirurgiões, operavam gratuitamente pessoas no Hospital de Tavira de 15 em 15 dias. Ganhava depois a vida no consultório que estava sempre cheio. Mas para quem não tinha meios, ele até chegou a pagar os medicamentos. Fazia partos na Serra de Tavira, chegando lá a cavalo. Ele foi cuidador de milhares de pessoas com uma grande consciência social. Sempre exerceu a medicina mesmo no período em se dedicou à política», sublinhou Luís Correia.
Descrito pelos familiares como «muito despachado», «generoso» e sempre pronto para ajudar, este médico de sete ofícios, que esteve «sempre apegado aos estudos», como testemunha o filho, com uma grande dedicação à procura constante de novos conhecimentos, novas abordagens e técnicas na área médica, e sempre com a mesma entrega à prática clínica, ainda ocupou o lugar de deputado da Assembleia Nacional e de Presidente da Câmara de Tavira entre 1959 e 1971 (galardoado com a Medalha de Ouro da cidade em 2000). Foi diretor e patrono da atual Escola Secundário de Tavira, que tem o seu nome.
Depois de passagens pela Casa dos Pescadores, o Hospital da Misericórdia e a Caixa de Previdência de Faro, Jorge Augusto Correia passou a exercer a sua prática clinica no Centro de Saúde de Tavira, onde foi Diretor de 1984 a 1988 e onde, no átrio, se encontra uma lápide com o seu nome, pela sua entrega aos serviços e à população. Foi-lhe atribuída a Medalha de Mérito pela Ordem dos Médicos em 2006, como médico que se distinguiu pelo seu trajeto humano e profissional.