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O presidente do PS Algarve Miguel Freitas responsabilizou esta segunda-feira o Governo pelo agravamento da situação sócio económica da região, tendo sublinhado o «desprezo revelado pelo Executivo PSD/CDS em relação às regiões, com o único objetivo de enterrar definitivamente a regionalização».

«Temos uma região à beira de um ataque de nervos, com uma economia em perda e um aumento descontrolado do desemprego», frisou o dirigente regional do PS, que no jantar tradicional de Ano Novo, em Faro, não poupou críticas ao atual Governo, tendo começado por responsabilizar o Executivo liderado por Passos Coelho, pela acentuada perda de competitividade da região.

«A região está em perda, tem uma economia fortemente dependente do exterior e da sua capacidade competitiva com outros destinos turísticos», referiu o dirigente do PS, para sublinhar a insensibilidade revelada pelo Governo no que diz respeito ao IVA na restauração e no golfe, e por ignorar a proposta socialista no sentido de minorar o impacto do aumento de impostos nas pequenas e médias empresas.

O dirigente socialista acusou ainda o Executivo de inércia total em relação à reestruturação das Entidades Regionais de Turismo, as quais vivem um momento de «enorme instabilidade e inoperacionalidade, colocando em causa toda a estratégia de promoção turística para este ano, agravando assim a crise da economia da região».

Denunciando a «falta de estratégia» do Executivo para atrair novo investimento privado para o Algarve, apesar do «corte rasante» feito no investimento público na região, Miguel Freitas anunciou que os deputados do PS eleitos pelo Algarve vão avançar com uma iniciativa na Assembleia da República, visando a criação de um Programa de Formação e Emprego para a região.

Durante o encontro, que reuniu em Faro várias dezenas de dirigentes socialistas, Miguel Freitas manifestou ainda a sua preocupação relativamente à tentativa desencadeada pelo Governo para a «metropolização do país, sem o contrapeso da regionalização», tendo alertado para a gradual desvitalização dos serviços regionais.

«O Governo prepara-se para reduzir ao mínimo a administração desconcentrada do Estado e aniquilar todos os focos de poder regional ainda existentes», frisou o líder regional e também deputado à Assembleia da República, para apontar como exemplos deste «aniquilamento» o encerramento do Governo Civil, a extinção da Direção Regional de Educação e a «implosão» do Instituto Portuário e Transportes Marítimos, único organismo de referência regional na área do mar.

O atraso na nomeação de um novo presidente para a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional foi outra questão salientada por Miguel Freitas, para quem esta «falha» do Executivo denota uma profunda «incompreensão sobre a importância deste organismo regional, bem como uma incapacidade de resposta do Governo e uma impreparação dos partidos que o suportam na região».

«”Esperamos que, pelo menos, a escolha da nova direção da CCDR Algarve possa trazer um novo fôlego a este organismo, mas é preciso que seja uma escolha de pessoas competentes, com um curriculum ajustado e não apenas a repartição de mais cargos entre o pessoal do PSD e do CDS», frisou o parlamentar socialista, realçando a propósito que a escolha de dirigentes da administração pública tem sido uma matéria onde este Governo envolveu o país numa exuberante farsa, já que «avançou com uma lei para concursos públicos que não serviu para nada».

Numa intervenção onde a questão da regionalização voltou a gerar acesa crítica ao Executivo, a quem acusa de uma «voracidade centralista sem precedentes no Portugal democrático», Miguel Freitas criticou ainda o facto «do Governo se ter borrifado no Algarve quanto à escolha do projeto-piloto das Comunidades Intermunicipais», considerando que a AMAL «está bloqueada e depois de servir de arma de arremesso contra os Governos do PS é agora uma organização amestrada face ao poder do PSD».

Uma questão que irá merecer, garante o parlamentar socialista, uma reflexão e ação por parte do PS durante as próximas convenções autárquicas concelhias e no Fórum Regional, que decorrerão, respetivamente em janeiro e fevereiro.

Sem esquecer as portagens na Via do Infante, questão para a qual defende uma convergência do PS, PSD e CDS, com as Associações Empresariais e Sindicais e os municípios, de forma obrigar o Governo a manter as isenções e descontos para lá de 2012, Miguel Freitas realçou ainda a importância do Hospital Central do Algarve, tendo garantido que o Partido irá continuar a debater-se pela concretização do projeto.

«Queremos que a adjudicação do concurso se concretize, pois acreditamos que de outra forma não teremos hospital nos próximos 20 anos», referiu o líder regional e Deputado do PS, para quem o Hospital Central do Algarve representa uma prioridade, devendo merecer uma atenção especial na reforma da rede hospitalar.

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