Os docentes e investigadores das Universidades portuguesas deverão ver os cortes nos seus vencimentos revertidos já em 2016, garantiu o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Manuel Heitor, numa visita que fez esta segunda-feira à Universidade do Algarve.
O membro do Governo manteve diversas reuniões na sua visita à academia algarvia e aproveitou para assegurar aos jornalistas, entre dois destes encontros, que quer promover uma inversão no desinvestimento no Ensino Superior, que se tem verificado nos últimos anos, apesar de ainda haver necessidade de contenção orçamental.
Manuel Heitor não quis «falar em números», mas diz que haverá «reposição salarial» já este ano. Uma boa notícia, na perspetiva do reitor da Universidade do Algarve, que ficou particularmente agradado com o facto de, desta vez, não terem sido anunciados «ainda mais cortes brutais na despesa».
O reitor António Branco tem sido uma das vozes mais críticas em relação aos cortes nas transferências diretas do Estado para as universidades, até porque a UAlg é uma das que sofreu os maiores cortes, em termos percentuais.
Por outro lado, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior disse «sentir necessidade de reaproximar o Ministério e as instituições», razão pela qual começou ontem em Faro um périplo que o levará às diferentes instituições de Ensino Superior públicas do país.
Já o reitor da UAlg vê com satisfação o facto de o ministro estar a “identificar conjuntamente desafios e oportunidades específicas, que possam gerar receitas alternativas ao Orçamento de Estado”.
No campo da geração de receitas, Manuel Heitor defendeu que o setor deve abrir-se aos fundos privados, para alavancar a capacidade de investimento.
A visita do ministro à Universidade do Algarve, acompanhado pela secretária de Estado Fernanda Rollo, começou com uma reunião, em que marcaram presença a equipa reitoral, o presidente do Conselho Geral, os administradores, diretores de Unidades Orgânicas, diretores de Serviços e o presidente da Associação Académica, que apresentaram à tutela os problemas gerais da Universidade.
Mais tarde, também os presidentes dos Conselhos Científicos e Técnico-Científicos das Unidades Orgânicas puderam fazer exposições aos membros do Governo, bem como os representantes dos vários Centros de Investigação da UAlg, investigadores e docentes-investigadores.