Uma réplica da «Pedra de Dighton», uma rocha com inscrições encontrada no Estado norte-americano de Massachusetts, com mais de 500 anos, cuja origem está envolta em mistério, será colocada na margem esquerda do Rio Séqua, em Tavira, a 28 de Junho.
Esta é uma oferta dos oficiais da Marinha de Guerra Portuguesa, do Curso da Escola Naval (1963-1967), a Tavira, que é a terra de origem do navegador quinhentista Miguel Corte Real, patrono do curso e um dos potenciais autores da inscrição (ver descrição histórica abaixo).
«Neste ato serão recordadas as gentes de Tavira e todos aqueles que, por Portugal, no mar, participaram nos grandes feitos navais da nossa história e contribuíram para desbravar oceanos e mares», segundo a Câmara de Tavira.
A Banda da Armada também se associará a esta celebração e irá atuar, às 21h30, na Praça da República.
Acerca de Miguel Corte Real:
Miguel e Gaspar Corte Real eram filhos de João Vaz Corte Real, navegador tavirense do século XV, que foi capitão donatário da Ilha Terceira, nos Açores.
Gaspar Corte Real desapareceu, em 1501, numa viagem de exploração à Terra Nova, então conhecida por Terra dos Bacalhaus.
Sem notícias do irmão, Miguel Corte Real organizou, em 10 de maio de 1502, uma expedição composta por tês navios. Atingida a costa da Terra Nova, os navios separaram-se para efetuar buscas, marcando encontro para 31 de agosto, numa baía. Na data combinada compareceram dois navios, mas o de Miguel Corte Real nunca mais foi visto.
Mais tarde, em 1680, foi descoberta uma rocha ao rio Taunton, em Dighton, perto da cidade de Fall River, Estado norte-americano de Massachusetts, com diversas inscrições. Em 1918, um professor duma universidade americana, após estudo e investigação, formulou a tese de que parte daquelas inscrições teriam sido feitas por Miguel Corte Real. Segundo esta interpretação, são identificadas nas inscrições, a Cruz de Cristo, o escudete Português e o seguinte texto em latim:
“MIGUEL CORTEREAL V(oluntate) DEIhic DUX IND(iorum)1511”