A artista plástica Maria Keil, natural de Silves, morreu, este domingo, dia 10 de junho, aos 97 anos de idade. O velório da autora de vários painéis de azulejos das primeiras estações do Metropolitano de Lisboa e de outras obras, como o painel de azulejos sobre Silves, sua terra natal, vai realizar-se a partir das 18 horas na igreja de São João de Deus, em Lisboa.
Na segunda-feira, pelas 15 horas, realizam-se as exéquias no mesmo local, seguindo-se o funeral no Cemitério da Apelação, concelho de Loures.
Maria Keil foi ilustradora (em revistas como a “Seara Nova”, livros para adultos e livros infantis, como os de Matilde Rosa Araújo), pintora, desenhou móveis, cenários e figurinos para bailados, fez publicidade e criou imagens para selos, mas foi no inovador trabalho de azulejaria, presente em nove estações do Metro de Lisboa, que Maria Keil mais se destacou e mais oposição encontrou.
Nas décadas de 50 e 60, o Metropolitano de Lisboa, em construção, convida a artista a desenvolver um intenso e árduo trabalho como criadora de painéis de azulejos para a decoração de nove estações. Com este trabalho fez renascer a fábrica “Viúva Lamego”, então em crise económica.
Mas a sua colaboração com o Metropolitano de Lisboa não ficou por aí. A renovação da estação de S. Sebastião da Pedreira, na capital, foi um dos últimos trabalhos da artista que em março de 2008 foi homenageada em Lisboa, na livraria Biblos, na apresentação da obra «A Árvore que dava Olhos», de João Paulo Cotrim, e ilustrações suas.
De seu nome Maria Pires da Silva Keil do Amaral, natural de Silves, a artista plástica era viúva do arquiteto Francisco Keil do Amaral.
Há cerca de um mês, os alunos do 6º F da Escola EB 2,3 Dr. Garcia Domingues, de Silves, limparam o grafitti que desfeava, desde há meses, o painel de azulejos da artista Maria Keil, num largo da baixa da cidade.
O painel, que representa Silves, com o castelo e a sé, as ruas íngremes, os laranjais e o rio, foi oferecido em 2000 pela artista plástica Maria Keil do Amaral, silvense de nascimento.