“Meter a Colher”, o debate promovido pelo Departamento Federativo das Mulheres Socialistas do Algarve (DFMS) e o PS/Faro, no âmbito das comemorações do “Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher”, realizado no dia 24 de novembro, contou com a participação das forças de segurança (GNR e PSP), APAV e outras entidades da sociedade civil que diariamente combatem este drama da nossa sociedade.
Perante uma plateia de cerca de 40 pessoas, “meteu-se a colher” em questões pertinentes tais como as leis que protegem e tutelam os direitos dos indivíduos vítimas de violência, a aplicação dessas leis e a articulação entre as diferentes entidades, os constrangimentos (pessoais, físicos e emocionais) inerentes à denúncia contra o agressor, o ciclo contínuo e vicioso de violência e o afastamento do lar por parte da vítima versus o afastamento do agressor.
De acordo com Ana Passos, presidente do DFMS, este debate contribuiu em muito para a compreensão da complexidade da problemática sobre a violência contra as mulheres, particularmente no contexto de violência doméstica, que é a principal causa de homicídio de mulheres (52%).
Até ao último sábad,o haviam sido registados 36 casos de morte por violência doméstica a nível nacional, três dos quais no Algarve.
A líder do DFMS do Algarve referiu que “o Departamento condena veementemente qualquer ato de violência física ou psicológica e, em caso de violência doméstica, que é crime público, deve ser encarado como uma grave violação dos direito humanos. Faz todo o sentido que não seja tratado como objeto do foro privado do casal, até porque, em cerca de 41,5% dos casos, os atos de violência ocorrem na presença de menores e isto acarreta custos elevados para a formação e desenvolvimento destas crianças. É nossa responsabilidade enquanto cidadãs e cidadãos defender e pugnar pelo bem-estar das pessoas mesmo em contexto doméstico ou familiar”.
De acordo com Ana Passos, este é o primeiro de um ciclo de debates no âmbito da violência, pois muito há ainda a discutir sobre esta e outras formas violência como por exemplo sobre idosos, deficientes e crianças. Combater a violência é curial se queremos uma sociedade mais justa e igualitária.