O cepo de uma âncora romana descoberto na costa algarvia, ao largo de Albufeira, em 2009, encontra-se agora no Museu Municipal de Arqueologia, após ter sido submetido a uma intervenção de conservação e restauro no Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática, em Lisboa.
No próximo verão, quem visitar o Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira poderá observar de perto um achado que, segundo a Câmara de Albufeira, «se acredita remontar ao século IV a.C». Uma datação um pouco controversa, já que não foi feita uma datação formal do achado, tendo em conta que a madeira original da âncora tinha desaparecido por ação dos séculos em que esteve submersa.
O cepo de âncora do período romano, que mede dois metros de comprimento e pesa cerca de 300 quilos, foi descoberto a cerca de três milhas da costa de Albufeira, entre as praias de São Rafael e da Galé.
O artefacto milenar foi encontrado em 2009 pelos mergulhadores Mário Silva e Nuno Penas, do centro de mergulho Easydivers, quando testavam novos equipamentos de locomoção subaquática.
A peça em chumbo é considerada um dos maiores cepos romanos encontrados na costa portuguesa e comprova que navegaram ao largo do litoral algarvio embarcações romanas de grande porte.
O cepo é a parte mais pesada da âncora, que a obriga a ficar deitada no fundo do mar. As âncoras dos romanos eram feitas em madeira, podendo ter várias partes em chumbo, nomeadamente uma transversal – o cepo -, partes essas que sobrevivem à ação do tempo.
A peça descoberta em Albufeira foi enviada para o laboratório de conservação e restauro do Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática, da Direção Geral do Património Cultural, em Lisboa.
Durante o período em que esteve naquela instituição foi alvo de uma intervenção de conservação num moroso processo de estabilização, tendo em conta que esteve submersa no mar durante séculos.
O cepo de âncora romana encontra-se atualmente em reserva no Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira e será incluído no percurso da exposição permanente, vindo enriquecer o acervo do museu já que constitui um importante elemento sobre o património arqueológico subaquático do concelho.
Corrigida: às 10h50 de dia 19 de fevereiro, alterando as questões sobre a datação do cepo de âncora.