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O Cine-Teatro Louletano volta a ser palco de um dos espetáculos integrados no 13º Festival de Música Al-Mutamid, centrado exclusivamente na música das três culturas monoteístas do Al-Andaluz: Muçulmana, Cristã e Judaica. A 26 de janeiro, às 21h30, Nadia Baroud & Kabylie Ensemble trazem os sons da música argelina.

Nascida na Argélia, Nadia Baroud tem um lugar entre as grandes estrelas da canção kabylie. Depois de uma magnífica carreira artística no seu país, deu-se a conhecer em França e Espanha, onde deixou a estrela da sua grandiosidade.

Nadia Baroud apresenta um espetáculo mais intimista centrado na música tradicional kabylie, originária dos beduínos e berberes da Argélia, que se carateriza por ser muito rica a nível de ritmos e matizes sonoras. Neste espetáculo, faz-se acompanhar de uma bailarina que interpreta dança kabylie e oriental.

Nadia Baroud (voz), Salah Achit (mondol), Abdel Louzare (violino), F. Depiaggi (nay e percussões) e Amaj (dança oriental e kabylie) são os protagonistas deste espetáculo.

 

Festival de Música Al-Mutamid também em Lagos, Lagoa e Silves

 

Para além de Loulé, esta edição do Festival vai ainda passar por mais três cidades algarvias: Lagos, Lagoa e Silves.

Assim, no dia 25 de janeiro, pelas 21h30, Nadia Baroud sobe ao palco do Auditório Municipal de Lagoa.

A 15 de fevereiro, pelas 21h30, é a vez do grupo Masmudi Kebir Ensemble, que exibe os sons de um ritmo da música clássica do Egito, mas também da música para dança oriental, atuar no Centro Cultural de Lagos.

No dia seguinte, à mesma hora, Masmudi Kebir Ensemble estará no Convento de São José, em Lagoa.

O encerramento do 13º Festival de Música Al-Mutamid acontece a 23 de fevereiro, pelas 21h30, no Teatro Gregório Mascarenhas, em Silves, com a atuação do multi-instrumentalista espanhol Emilio Villalba, que apresenta o espetáculo “10 instrumentos com história”.

O Festival de Música Al-Mutamid pretende recordar o rei poeta Al-Mutamid, filho e sucessor do rei de Sevilha Al-Mutadid. Muhammad Ibn Abbad (Al-Mutamid) nasceu em Beja (1040) e foi nomeado governador de Silves com apenas 12 anos, tendo aí passado uma juventude refinada. Em 1069 acedeu ao trono de Sevilha, o reino mais forte entre os que surgiram em Al-Andaluz após a queda do Califato de Córdoba.

Em 1088 foi destronado pelos almorávides e forçado à reclusão em Agmat, a sul de Marrakech, onde viria a falecer em 1095. O seu túmulo, conservado até hoje, tornou-se símbolo dos mais belos tempos de Al-Andaluz.

Excelente poeta, “Al-Mutamid foi o mais liberal, magnânimo e poderoso de todos os taifas de Al-Andaluz. O seu palácio foi a pousada dos peregrinos, o ponto de reunião de todos os engenhosos, o centro a donde se dirigiam todas as esperanças…” (Ibn Jaqan).

O que se pretende com este Festival é dar a conhecer ao espetador o que foi a música andaluza, com atuações de grupos que se especializaram no resgate dos sons de Al-Andaluz: música árabe, em especial de Marrocos, e grupos que interpretam com esmero a rica tradição do oriente muçulmano, bem como peças do medievo e renascimento europeus.

Esta iniciativa visa resgatar e divulgar a música e a poesia que durante séculos inundou bazares, medinas e palácios, mas também responder a uma oferta turística dotada de peso cultural, complemento das ofertas tradicionais, dando a conhecer povoações e outros lugares de interesse que, por diversas razões, estão ligadas à civilização andaluza.

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