«Não existe qualquer risco associado» ao reservatório de água da Zona Baixa «que possa por em causa a segurança de pessoas e bens», acaba de garantir, em comunicado, a Ambiolhão – Empresa Municipal de Ambiente de Olhão.
A garantia da empresa municipal, feita num esclarecimento enviado às redações, baseia-se no parecer do engenheiro Carlos Martins, especialista em Estruturas, professor do Departamento de Engenharia Civil do Instituto Superior de Engenharia da Universidade do Algarve, feito com base na avaliação levada a cabo por aquele especialista na passada sexta-feira, dia 23.
A Ambiolhão acrescenta ainda estar empenhada em «garantir a manutenção desta e de outras infraestruturas, o que tem sido feito ao longo dos últimos anos, embora todas as intervenções tenham que ser faseadas, face ao volume avultado de investimentos a efetuar».
No seu esclarecimento, a empresa municipal começa por recordar que o reservatório «tem cerca de 70 anos e, ao longo destas sete décadas, têm sido desenvolvidos alguns trabalhos de manutenção».
As necessidades de intervenção já estão identificadas, «quer ao nível da manutenção da componente hidráulica (tubagens e acessórios), quer ao nível da estrutura do reservatório (cuba)».
A Ambiolhão definiu como prioritária a intervenção na componente hidráulica do reservatório, «por ser aquela que apresenta maiores necessidades de remodelação/reparação».
Para este efeito, através de processo de Concurso Público, adjudicou à Hubel Indústria da Água e Obras Públicas SA, a empreitada de “Remodelação da Componente Hidráulica do Reservatório da Zona Baixa de Olhão”.
Os trabalhos desta empreitada estão em curso e englobam a substituição integral de todas as tubagens e acessórios no interior do reservatório (condutas adutoras e distribuidoras).
«Estes trabalhos revestem-se da maior importância para o sistema de abastecimento de água à cidade de Olhão, permitindo substituir tubagens antigas cujo período de vida útil já se encontra ultrapassado, o que constituirá um garante do bom funcionamento deste sistema», salienta a Ambiolhão. O custo previsto desta empreitada ronda os 74 mil euros.
No âmbito desta empreitada, foram já colocadas as tubagens provisórias (visíveis no exterior do reservatório), que permitem assegurar o abastecimento de água enquanto decorrem os trabalhos de substituição das tubagens no interior do reservatório.
Numa segunda fase, está prevista a intervenção no reservatório, para reparação e conservação da cuba.
Contudo, admite a Ambiolhão, «nestas últimas semanas, a situação da cuba do reservatório sofreu um ligeiro agravamento, verificando-se a escorrência de água em alguns pontos». Esta situação motivou mesmo «pedidos de esclarecimento de munícipes», dirigidos à Câmara Municipal de Olhão.
Mas a empresa municipal garante que, mal foi detetada esta situação de escorrência de água, «de imediato, foi solicitada uma intervenção de peritagem» ao engenheiro Carlos Martins, «com o objetivo de avaliar as condições estruturais do reservatório e determinar as medidas a adotar de imediato». Uma outra avaliação semelhante já tinha sido feita «anteriormente por outra entidade».
A Informação Técnica apresentada pelo especialista conclui que «as fugas de água que se registam no Reservatório da Zona Baixa de Olhão devem-se a fissuras horizontais que se localizam nas zonas de ligação entre diferentes betonagens».
«Essas fissuras não são devidas a esforços/tensões, pelo que não deverá existir risco de colapso do reservatório, e muito menos da estrutura que o suporta», acrescenta o relatório de Carlos Martins.
O investigador da Universidade do Algarve acrescenta que, «sendo a natureza das fissuras e a origem das fugas de água maioritariamente por escorrência, será possível proceder à sua selagem com o depósito em pleno funcionamento».
Por isso, de acordo com as recomendações emanadas na Informação Técnica, a Ambiolhão adjudicou já os trabalhos de reparação e selagem das fissuras, «prevendo-se que estes decorram ainda durante esta semana».