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A formação que antes era dada em salas dispersas emprestadas pela Junta de Freguesia de Portimão, utiliza agora os espaços do novo Centro de Emprego e Formação Profissional do Barlavento algarvio. Mas aqui a formação vai ainda mais longe, por exemplo no que diz respeito à cozinha e ao serviço de mesas, já que o novo Centro dispõe de instalações próprias, amplas e modernas para receber todos os formandos nestas áreas.

Nos espaços verdes que circundam o novo Centro, plantados com espécies mediterrânicas para poupar água, os formandos em jardinagem do Polo de Silves encarregam-se da manutenção, sob o olhar atento do seu formador.

No entanto, o Centro de Emprego e Formação Profissional do Barlavento, situado na zona da Caldeira do Moinho, perto do Portimão Arena, não se vai ficar por aí. Por baixo do polidesportivo, no espaço que inicialmente foi pensado para ser estacionamento, serão criadas oficinas de formação em áreas técnicas como eletricidade e eletrónica, hidráulica e canalizações, pneumática, automação, climatização e refrigeração, entre outras.

O anúncio foi feito na sexta-feira, pelo presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional, na inauguração do Centro de Emprego e Formação Profissional, que trouxe a Portimão também o secretário de Estado do Emprego Pedro Silva Martins.

Durante a visita às instalações que se seguiu à inauguração oficial, Madalena Feu, diretora do Centro, revelou ainda que um terreno situado nas traseiras do complexo, atualmente sem uso, será em breve preparado para ser palco da formação para operadores agrícolas na área da horticultura e fruticultura. «Este curso vai ser lançado ainda este ano», revelou.

 

Apupos e gritos receberam secretário de Estado

 

A inauguração oficial do Centro de Emprego e Formação Profissional do Barlavento, que já estava a funcionar desde fins de novembro do ano passado,foi marcada pelos apupos lançados por cerca de uma dúzia de manifestantes ao secretário de Estado do Emprego.

«É preciso urgente uma política diferente» e «Acabem com as portagens na Via do Infante» eram as frases escritas nos cartazes empunhados pelos manifestantes, que receberam o secretário de Estado Pedro Martins aos gritos de «ladrões», «gatunos».

Longe dos manifestantes, mantidos pela PSP do outro lado da rua, uma senhora colocada mesmo à entrada do Centro de Emprego manifestava, em voz bem alta, o seu desagrado pelo aparato da inauguração. «O desemprego é enorme e depois vem esta gente toda para aqui, com bons carros, motoristas. Para inaugurar isto não era preciso esta quantidade de gente. Não lhes sai das algibeiras», gritava a senhora, antiga comerciante com loja no centro de Portimão.

O secretário de Estado chegou e nem se cruzou com os manifestantes, já que o carro em que se deslocava deu entrada diretamente no recinto do novo Centro de Emprego. Mas não deixou de ouvir os apupos e os gritos dos manifestantes, tendo-se limitado a comentar «são já situações normais».

Na curta cerimónia de inauguração, que contou com a presença de autarcas de Portimão e de outros concelhos abrangidos por este Centro de Emprego, como Monchique e Lagos, e ainda com os diretores regionais de Economia, de Educação, e do Centro Regional de Segurança Social, entre outros responsáveis locais e regionais, o presidente da Câmara Manuel da Luz recordou que o Centro foi construído num terreno cedido de forma simbólica por um euro por esta autarquia, sendo por isso «exemplo de uma parceria que funcionou, entre a administração central e local».

Manuel da Luz lembrou ainda que aquele local, antes da construção do equipamento, era «uma zona complicada, marcada pela conflitualidade social», ocupada por famílias de etnia cigana cuja retirada do local e posterior realojamento não foi tarefa fácil, como recordava depois a vereadora Isabel Guerreiro.

«A construção destes equipamentos aqui acabou por funcionar como uma obra de requalificação da zona, como um bom exemplo de regeneração urbana», acrescentou o presidente da Câmara.

Quanto ao novo polidesportivo, que faz parte do complexo do Centro de Emprego e Formação Profissional, e se destina, segundo Madalena Feu, «a permitir a atividade física a funcionários e aos formandos», há também um protocolo com a autarquia que permitirá colocar esse campo de jogos «ao serviço da comunidade».

 

Programa Formação Algarve contempla 300 pessoas

 

O Centro de Emprego e Formação Profissional do Barlavento, que já está de portas abertas desde fins de novembro do ano passado, tem já 400 jovens em cursos de aprendizagem, 1000 adultos em cursos de educação para adultos e 1000 outros desempregados a frequentar formação no âmbito do programa Vida Ativa, segundo revelou o secretário de Estado Pedro Martins.

Mas o destaque vai para o Programa Formação Algarve, criado pelo Governo para «dar resposta aos problemas específicos» da região, apresentado em setembro passado mas lançado no terreno só em novembro, que tem neste momento «300 pessoas a frequentar formação», revelou o secretário de Estado do Emprego.

Com este programa, que se prolonga até Maio ou Junho deste ano, garantiu o governante, estas pessoas estão a receber formação, «prolongando os vínculos às suas empresas».

Num universo de 34 mil desempregados inscritos nos Centros de Emprego do Algarve, que é a região do país com maior taxa de desemprego, os 300 formandos integrados naquele programa parecem ser apenas uma gota no oceano.

Mais tarde, à margem da inauguração e em declarações aos jornalistas, Pedro Martins admitiu: «Gostaríamos que fossem mais, mas o programa começou há pouco». «Se este programa não tivesse sido implementado, essas 300 pessoas estariam no desemprego», acrescentou.


Novo Centro serve sete concelhos do Barlavento

 

O novo Centro de Emprego e Formação Profissional do Barlavento tem como área de intervenção os concelhos de Aljezur, Lagoa, Lagos, Monchique, Silves, Vila do Bispo e Portimão, sendo este último o que apresenta maior densidade populacional e maior taxa de desemprego.

Os novos edifícios do serviço público de Emprego e Formação Profissional de Portimão, localizados no Sítio da Abicada, na Caldeira do Moinho, representam um investimento de cerca de 5,5 milhões de euros, tendo a construção começado em 2010.

Este investimento inclui a construção, o equipamento e ainda os arranjos exteriores de todo o complexo.

O edifício principal destina-se ao Centro de Emprego e distribui-se por dois pisos, sendo constituído por duas alas distintas. Tem uma área de 1563 metros quadrados e ficará reservado à instalação de gabinetes para técnicos do IEFP direcionados para o atendimento ao público, possuindo ainda uma mediateca e espaços complementares de apoio.

O segundo edifício, referente à Formação, encontra-se também repartido por dois pisos distintos, sendo neste espaço que terão lugar as atividades formativas, existindo para o efeito oficinas polivalentes e salas de formação teórica.

O projeto contempla igualmente um campo polidesportivo, que será aberto à comunidade, ocupando todo o conjunto uma área total de 7.000 metros quadrados, em terreno cedido para o efeito pela Câmara Municipal de Portimão por um período de 70 anos.

 

Veja aqui todas as fotos da inauguração e do novo edifício do Centro de Emprego e Formação Profissional do Barlavento.

 

 

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