Dentro de um ano, o centro histórico de Vila Real de Santo António estará mais “sexy” e conseguirá atrair a este concelho mais turistas, nomeadamente os que apostam no luxo e na qualidade.
Essa é, pelo menos, a expetativa do presidente da Câmara de vilarealense Luís Gomes, um dia depois das obras de recuperação do centenário Hotel Guadiana terem começado, tendo em vista a futura instalação, neste edifício, de uma unidade hoteleira de 5 estrelas.
«Estamos muito focados, nós e quem ganhou a concessão do hotel, em dar charme e um ar sexy ao centro histórico de Vila Real de Santo António. Queremos potenciar outro registo de ocupação turística e trazer pessoas que vão à procura do património e com outro poder de aquisição. Há toda uma economia que se pode criar à volta do Hotel Guadiana, que nós não enjeitamos», disse Luís Gomes aos jornalistas, à margem da sessão de assinatura do contrato de recuperação deste edifício, que decorreu esta terça-feira.
Este será o primeiro hotel com esta tipologia, na cidade, e a ideia é que não seja o único. Resolvido este complicado processo, que envolveu a expropriação do edifício do antigo Hotel do Guadiana, a Câmara de VRSA começou a preparar o futuro e colocou em hasta pública três imóveis no centro histórico, para arrendamento e posterior adaptação em unidades hoteleiras de charme. Também muito avançado está o processo que permitirá instalar um hotel no Complexo Desportivo.
Ontem, terça-feira, foi dia de projetar o futuro ideal, mas também de revelar os planos concretos já em curso, que fazem antever que VRSA tenha o seu primeiro hotel de 5 estrelas «no Verão de 2017». Um prazo que, apesar de não ser oficial, parece bastante realista, já que as obras de recuperação do edifício do Hotel Guadiana já começaram e durarão dez meses.
Para já, foi feita uma limpeza do muito lixo que se acumulou ao longo de anos de abandono. Depois, será feita uma intervenção profunda, para adequar o edifício, construído no primeiro quarto do século XX, às exigências de uma unidade hoteleira moderna. Ainda assim, a traça do edifício e os seus elementos arquitetónicos principais, no exterior e no interior, manter-se-ão.
Esta intervenção geral é da responsabilidade da Câmara Municipal, que já tem acordada a concessão deste espaço ao grupo hoteleiro internacional Grand Africa. Depois de recuperado o edifício, os futuros concessionários terão ainda de intervir ao nível da decoração, criação de um conceito e do mobiliário, algo que pode durar alguns meses. No entanto, é de esperar que os investidores queiram abrir o hotel a tempo da época alta do Verão.
Quando se fala em Hotel Guadiana, o novo, de 5 estrelas, já não se deve pensar só no edifício que se ergue na Avenida da República, ali mesmo em frente ao Porto de Recreio.
A nova unidade hoteleira espalhar-se-á por mais dois espaços, o antigo Edifício da Alfândega, ali ao lado, o primeiro a ser construído em VRSA, e uma infraestrutura na Ponta da Areia, na foz do Guadiana, que será o Beach Club do Hotel Guadiana.
O Edifício da Alfândega, recentemente recuperado, será um espaço multiusos. «Terá uma parte museológica, dedicada ao Rio Guadiana, com restaurante gourmet e, por cima, suites que serão exploradas pelo Hotel Guadiana. O Beach Club será um bar/restaurante na Ponta da Areia, associado a este complexo», descreveu Luís Gomes.
Para colocar em marcha o que se espera que seja «uma bola de neve», que potencie a instalação de hotéis com conceitos diferenciados no centro da cidade, a autarquia teve de fazer um investimento considerável, que ascenderá a cerca de 2,4 milhões de euros.
«Investimos cerca de 400 mil euros na expropriação do edifício. Agora, vamos investir perto de 2 milhões na sua recuperação», explicou Luís Gomes. As verbas são provenientes do Fundo Jéssica, um instrumento de financiamento da União Europeia que funciona como um empréstimo, mas com prazos e taxas muito vantajosos. «A concessão é por 30 anos, período após o qual o Hotel volta para a alçada da Câmara. Até lá, as rendas que nos serão pagas permitirão reembolsar o Jéssica», garantiu o edil vilarealense.
Luís Gomes salientou, ainda, que a Câmara está a fazer um investimento não só na qualificação turística, mas, sobretudo, «no aumento da empregabilidade do concelho». «Este hotel vai empregar diretamente 40 pessoas. O do Complexo Desportivo, que também contamos que seja construído em breve, deverá criar 60 novos postos de trabalho», salientou.
Neste campo, tudo parece estar a avançar de forma satisfatória. «Na hasta pública [dos três imóveis], houve um interessado que apresentou proposta, que estamos a apreciar. No caso do Complexo Desportivo, está a decorrer um segundo concurso para um hotel, que fecha dentro de uma semana ou duas. Já tinha havido um primeiro concurso, mas houve um erro processual – devia ter sido publicado no Jornal das Comunidades e não foi – e tivemos de o repetir. Mas, na altura, surgiram dois interessados», contou o edil.
«Espero que tudo isto se concretize. Gostava muito de ver o Hotel Guadiana a inaugurar no Verão de 2017. E espero que estejamos no mesmo ponto quanto ao hotel do Complexo Desportivo, apesar de ser uma obra maior», rematou.