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Nuno Marques, vereador do PSD na Câmara de Lagos, considera que a reestruturação de serviços decidida pelo executivo de maioria PS na sua última reunião é já «a terceira feita no curto período de quatro anos, facto que habilita a Autarquia gerida pelo Dr. Júlio Barroso ao galardão de recordista nacional de reestruturações orgânicas em tão pouco tempo e que fala por si só sobre a ausência de uma ideia consistente do Executivo PS sobre o funcionamento da estrutura municipal com vista à prestação de um melhor serviço aos cidadãos».

O vereador social-democrata acrescenta que, no despacho que a determinou, «o presidente da Autarquia sustenta a opção da nova reestruturação fundamentalmente com o plano de saneamento financeiro que a Câmara se prepara para aprovar e com a necessidade de poupar para fazer face àquilo que classifica de “dívida de tesouraria” ou, como já temos ouvido e lido, de “dívida a fornecedores”».

Só que Nuno Marques sublinha «o facto de a poupança não ter sido uma preocupação subjacente à última reorganização de serviços feita apenas há um ano, quando a dívida a fornecedores era idêntica -se não mesmo ligeiramente maior- da que hoje se regista».

«Há um ano, apesar da crise, o PS considerava que a Câmara só funcionaria bem com 19 cargos dirigentes (direções de departamento e chefias de divisão). Hoje, apesar da mesmíssima crise, acha que devem ser só 4 chefes de divisão e nenhum diretor».

O vereador da oposição defende também ser «deveras cómico», «o PS insistir na ideia de um desequilíbrio financeiro meramente circunstancial, de conjuntura, querendo que acreditemos que a dívida total é de “apenas” 25 milhões de euros, quando há relatórios dos revisores de contas que dizem não estarem contabilizados, como deviam, os 45 milhões de dívidas referentes às PPP do edifício municipal e dos parques de estacionamento, e quando há muito sabemos que há mais 10 milhões de acordos de regularização que jamais apareceram nas contas».

«Sabendo-se que as coisas não são, de facto, como o PS as quer pintar, é ou não uma laracha ao nível dos Parodiantes de Lisboa ver o Dr. Júlio Barroso insistir em resumir o desequilíbrio financeiro da Câmara de Lagos a uma mera e passageira crise de tesouraria?», questiona igualmente Nuno Marques.

 

 

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