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Há muitas formas de comer mexilhão, algumas das quais foram inventadas na passada semana, na Mostra de Sabores de Olhão. 24 restaurantes de Olhão deram assas à criatividade e divulgaram este bivalve.

Os mexilhões, esses, não tiveram de fazer uma grande viagem desde o mar até ao prato, já que foram produzidos e fornecidos pela Companhia de Pescarias do Algarve, frente à Ilha da Armona.

A Câmara de Olhão lançou o desafio estabelecimentos de restauração do concelho, com diversas filosofias, para que incluíssem nos seus menus pelo menos um prato de mexilhão. E foram muitas as sugestões, algumas mais clássicas, outras marcadas pela inovação e modernidade.

Escabeche de Mexilhão com Croutons de Xarém, Salada de Mexilhão com Alperce Laminado, Rabanete e Vinagreta, Linguini com Mexilhão, Mexilhão Gratinado com Presunto e Queijo da Serra e Tempura de Mexilhão no Espeto, Tarteletes de Mexilhão e Fettucini de Mexilhão e Anchovas foram algumas das sugestões mais criativas.

A matéria-prima para confecionar estes e todos os outros pratos de mexilhão, na Mostra de sabores de Olhão 2014, foi fornecida pela Companhia de Pescarias do Algarve (CPA). A empresa tem uma fábrica a operar no Porto de Olhão e explora vários lotes na Área de Produção Aquícola da Armona, local onde este bivalve é criado.

Apesar de, atualmente, a maioria da produção da CPA se destinar ao mercado esterno, a empresa já coloca «400 a 500 toneladas no mercado nacional» e esperando chegar em breve «às mil toneladas».

«Associámo-nos a este evento de bom grado, com o objetivo de divulgar o mexilhão, procurar que as pessoas conheçam diferentes modos de o confecionar e aumentar o consumo», revelou o administrador da CPA António Farinha. «Queremos que as pessoas provem, de modo a que comecem a consumir mais regularmente. Até porque é um bivalve com propriedades fabulosas, muito rico em Ómega 3 e com um preço muito mais barato que a generalidade dos outros bivalves», ilustrou.

Se em Portugal o consumo de mexilhão não é particularmente alto, o mesmo não acontece noutros países da Europa, como «França, Itália e Espanha, onde é uma iguaria muito apreciada, até pelo seu preço».

Isso nota-se nos valores da exportação. «Neste momento, exportamos cerca de 8 mil toneladas/ano. Até 2016 contamos elevar a produção para as 10 mil toneladas anuais, o que nos vai tornar o maior produtor de mexilhão da Europa e dos 10 maiores do mundo», revelou António Farinha.

Em Portugal, também há quem veja o mexilhão de forma diferente. «Há um restaurante de Lisboa, o “Oui”, que trabalha, exclusivamente, com mexilhão, ostras e vieiras algarvias», referiu.

 

Jovens olhanenses apostam em novos conceitos de restauração

Olhão, cidade de gastronomia, tem sido, nos últimos anos, terreno fértil para o aparecimento de novos modelos de negócio, na área da restauração. Bons exemplos são o «7imeio», um “Wine&Tapas” bar que aposta numa imagem moderna e em partos de autor e o restaurante «O Bioco», a reinvenção do conceito de uma tasca, onde o ambiente descontraído destes estabelecimentos tradicionais é unido com cozinha moderna, ainda que alicerçada nas tradições de Olhão.

Dois espaços com pontos em comum, mas com identidades distintas e bem vincadas, que o Sul Informação visitou, durante esta mostra e onde falou com os jovens empreendedores que os dinamizam.

Flávio Palminha é um dos sócios do «7iMeio», espaço que abriu há cerca de dois anos na Avenida 5 de Outubro, bem perto dos Mercados Municipais. Com cerca de 80 referências distintas de vinho e uma oferta gastronómica bem original (ambos os proprietários passaram pela Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve e trabalharam em restaurantes de topo), tem vindo a ganhar o seu espaço numa cidade procurada pela boa comida.

«Já nos associámos à Mostra de Sabores no ano passado, com a cavala e voltámos a fazê-lo, este ano. Já costumamos ter um prato de mexilhão, mas a nossa chefe de cozinha criou outros três, para este festival», revelou o jovem empresário.

Assim, além do Escabeche de Mexilhão que faz parte da carta do «7iMeio», o restaurante ofereceu, ao longo da Mostra de Sabores, Linguini Nero com Mexilhão de Coentrada, Mexilhão Gratinado com Presunto e Queijo da Serra e Tempura de Mexilhão no Espeto.

Já «O Bioco», situado numa ruela do Bairro da Barreta, bem próximo dos paços do Concelho de Olhão, é, para todos os efeitos, uma tasca. «Nós sempre gostámos deste tipo de conceito e andávamos à procura de um espaço onde nos sentíssemos bem. Quando surgiu a oportunidade de começar a explorar O Bioco, atirámo-nos de cabeça», recordam Hélio Santos e Roberto Prazeres, que com João Baptista abriram este estabelecimento, há cerca de ano e meio.

Os três sócios d’«O Bioco» conhecem-se há muito, nomeadamente da Associação Juvenil de Olhão MOJU. Um companheirismo que trouxeram para o restaurante que exploram, onde o ambiente descontraído e a decoração rústica se alia aos esperados petiscos, ainda que com toque de autor.

Esta é a primeira vez que «O Bioco» se junta à Mostra de Sabores e contribuiu Escabeche de Mexilhão com Croutons de Xarém, um prato «quente e frio» que «teve alguma saída». Apesar de não ser uma iguaria que habitualmente sirvam  isolada, embora usem noutros pratos «como as cataplanas», consideram agora passar a colocá-la na ementa, que «varia muito».

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