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“Os hipogeus de Aljezur: velhos dados e novas descobertas” é o tema da conferência de Elisabete Barradas, integrada no ciclo de palestras Arqueologia ao Sul, que se realizará no dia 28 de março, às 16h00, na sala 2.35 do edifício da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve, no Campus de Gambelas, em Faro.

O ciclo é promovido pelo Núcleo de Arqueologia e Paleoecologia da Universidade do Algarve.

Os hipogeus de Aljezur, uma espécie de silos subterrâneos escavados na rocha calcária, que serviram para enterrar os mortos nos finais do 4º e inícios do 3º milénio a.C., são alguns dos vestígios arqueológicos encontrados ao longos dos anos na zona da chamada Igreja Nova, naquele concelho.

No último quartel do século XIX, foi identificado e escavado por Estácio da Veiga, junto à Igreja de Nossa Senhora de Alva, em Aljezur, um monumento funerário coletivo, por ele designado como Estação-tumulus de Aljezur.

Neste sepulcro surgiram restos osteológicos pertencentes a pelo menos 30 indivíduos e recolheu-se um espólio rico e diversificado, compatível com cronologias do Neolítico final/Calcolítico inicial, destacando-se um importante conjunto de placas de xisto, para além de outros artefactos usuais neste tipo de contextos funerários.

O monumento, hoje muito provavelmente destruído, seria uma gruta artificial escavada na rocha, com uma planta irregular, sem paralelos no território português, formada por seis hemiciclos dispostos em planos escalonados, segundo as descrições e desenhos apresentadas pelo autor nas Antiguidades Monumentais do Algarve.

As escavações realizadas em 2011 e 2013 no Sítio da Barrada, no âmbito de um projeto de investigação plurianual dirigido por Silvina Silvério, Elisabete Barradas e Maria João Dias da Silva, permitiram descobrir dois hipogeus, relativamente próximos do local  onde terá existido o referido sepulcro.

O hipogeu I da Barrada, cuja escavação está quase concluída, encontrava-se selado pelo abatimento da cúpula e tem revelado um grande potencial científico. É constituído por uma antecâmara e uma câmara funerária com planta irregular, semelhante à do sepulcro escavado por Estácio da Veiga, e apresenta inumações humanas e espólio funerário associado, incluindo instrumentos de pedra polida, lâminas e geométricos de sílex, alguns elementos de adorno (bracelete em concha de Glycymeris sp., contas de pedras variadas), tendo-se conservado indícios relacionados com o ritual funerário, nomeadamente o uso de ocre. O hipogeu II, embora muito destruído, apresenta a mesma morfologia e espólio semelhante.

Pretende-se nesta comunicação, com base nas informações antigas e nos dados das escavações recentes, caracterizar os hipogeus de Aljezur e aprofundar algumas questões relacionadas com as práticas funerárias destas comunidades que depositaram aqui os seus mortos nos finais do 4º e inícios do 3º milénio a.C.

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