A peça de teatro «Os Portas», com os atores António Melo, Almeno Gonçalves, Pedro Teixeira e Fernando Ferrão, promete levar muitas gargalhadas ao Auditório Municipal de Olhão, no próximo sábado, 15 de dezembro, a partir das 21h30. Os quatro atores desdobram-se em múltiplas personagens sem nunca saírem de cena.
A peça desenrola-se numa discoteca, um local de eleição para diferentes tipos de pessoas, todas interpretadas pelos quatro atores. Fala-se de solidão, de quem sai sozinho para tomar um copo ou ter um encontro fortuito e de pura diversão.
Os atores, que representam quatro porteiros da noite, são também quatro rapazes, quatro raparigas… e ainda um Dj, um punk, e outras criaturas que se cruzam em noites frenéticas! Podemos assistir ao antes, ao durante e ao depois das saídas noturnas, vistos por todos os intervenientes.
Este é um espetáculo marcante, com um ritmo alucinante e a versatilidade dos atores, bem conhecidos do grande público, em papéis que nunca ninguém os viu fazer.
A encenação desta peça está a cargo de Almeno Gonçalves, que conta com o magnífico desempenho dos atores António Melo, Fernando Ferrão, Pedro Teixeira e do próprio Almeno Gonçalves, numa adaptação do original “The Bouncers”, de John Godber. É um texto de um autor inglês adaptado à realidade da noite portuguesa.
“É um espectáculo muito físico, em que os actores muito rapidamente se vão desdobrando nas personagens sem a utilização de adereços, simplesmente através da sua composição”, explica Almeno Gonçalves.
Oito anos depois de ter estado em cena em várias salas do país, embora com um elenco diferente, a peça «Os Portas» sobe ao palco olhanense com a mesma crítica à sociedade do consumo que o texto de John Godber tinha subjacente, mas mergulhado numa conjuntura económica nacional com traços bem diferenciados.
“Faz muito sentido abordar esta crítica ao consumo nesta altura que a Europa atravessa”, sublinha Almeno Gonçalves. “É essencial que sejam introduzidas mudanças no lado mais consumista da sociedade. Não há condições para continuarmos a viver esta correria ao consumo”, disse o encenador.