Please ensure Javascript is enabled for purposes of website accessibility

José Pacheco Pereira vai estar no dia 17 de maio, às 21h00, na Biblioteca Municipal de Loulé para apresentar o seu mais recente livro, “As Armas de Papel”.

“As Armas de Papel”, editado pela Temas & Debates/Círculo de Leitores, reúne parte da história de algumas das publicações clandestinas de extrema-esquerda entre 1963 e 1974, concretamente 158 títulos, como por exemplo “Acção Popular”, “O Proletário Emigrado”, “Seara Vermelha”, “Unidade e Luta” e “Viva o Comunismo!”. Um livro imprescindível para entendermos a imprensa, mas também o nosso país.

Sem ser um estudo científico, mas de certo modo próximo disso, “As Armas de Papel” é apresentado como um trabalho enciclopédico, o que facilita em muito a sua consulta. Deste modo, o leitor não é obrigado a seguir página a página as publicações reveladas por Pacheco Pereira, já que o leitor pode saltar de publicação em publicação a seu belo prazer.

Por exemplo, podem ler-se as considerações sobre o jornal francês “Fronteira” e ir sem problemas para “O Martelo”, «publicação clandestina do Comité Operário Staline, constituído na Cepsa, em Matosinhos, uma das primeiras células operárias ligadas ao Grito do Povo».

Pacheco Pereira trabalhou neste projeto durante 20 anos, ou seja, muito antes de saber que um dia seria um livro. «Fazia e faz parte de um projeto mais vasto sobre a extrema-esquerda em Portugal, que podia ter tido tradução académica, mas que ganhou tais dimensões que muito dificilmente cabe numa tese, com as limitações que hoje existem. Não importa. O projeto nasceu fora da universidade, continuou fora da universidade e vai acabar fora da universidade, mas vai para a frente enquanto puder. É um trabalho individual, com recursos próprios, como agora se diz, “sem apoio”. E não se deu mal por isso, e dar-se-ia mal com outros constrangimentos que vêm com os “apoios”. É um trabalho de amador, não no sentido de não usar as técnicas e métodos da histografia, mas de ser feito por curiosidade e gosto. Por isso é uma “never ending story”», escreve o autor na Nota Prévia e Agradecimentos.

José Pacheco Pereira acaba por apresentar em “As Armas de Papel” o retrato de uma geração, a sua, uma geração que viveu parte dos acontecimentos mais importantes do século XX. Temos no livro material inédito e único, inclusive com alguns textos de nomes da sociedade nacional, de ontem e de hoje.

O autor, ele próprio, viveu in loco esses tempos, já que esteve associado a publicações nos seus tempos de juventude (aquando militante do PCP (ML), por exemplo), escrevendo e imprimindo (ajudou inclusive a montar uma tipografia clandestina) as mesmas.

Em “As Armas de Papel”, o autor revela como funcionavam as publicações clandestinas de extrema-esquerda, a sua existência e distribuição, seja nas faculdades ou nas fábricas. É uma obra fundamental para entendermos um período da nossa história, uma obra obrigatória para especialistas mas também para o cidadão comum.

José Pacheco Pereira nasceu em 1949, na cidade do Porto. Licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto, é professor no ISCTE e na Universidade Autónoma de Lisboa.

Tendo-se manifestado ativamente contra o Estado Novo, foi o fundador do Clube da Esquerda Liberal e participou na candidatura presidencial de Mário Soares. Em 1988, tornou-se membro do Partido Social-democrata, de que é deputado. Fez parte da sua Comissão Política Nacional e foi também presidente do Grupo Parlamentar.

Colabora regularmente em diversos órgãos de comunicação social. Entre outras obras, publicou “Conflitos sociais nos campos do sul de Portugal”, “A Esquerda face ao Totalitarismo”, “A Sombra”, “O Nome e a Coisa” e agora “As Armas de Papel”.

A entrada é livre.

sulinformacao

Também poderá gostar

Sul Informação

Centenas de pessoas despediram-se de Luís Guerreiro em Querença

Centenas de pessoas assistiram hoje às cerimónias fúnebres do investigador e bibliófilo Luís Guerreiro,

Sul Informação

Richie Campbell leva reggae a Almancil

O músico de reggae Richie Campbell vai dar um concerto no próximo dia 18

Sul Informação

Folkfaro volta a trazer ao Algarve o «colorido das músicas e danças do mundo»

O festival Folkfaro vai levar, de 19 a 27 de Agosto, o «colorido das