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Chamar a atenção para a falta de funcionários no Agrupamento de Escolas do Montenegro, em Faro e protestar contra os cortes de 500 milhões de euros que o Governo se prepara para decretar na Educação, foram os motivos que levaram pais e encarregados de educação de alunos daquele agrupamento a protestar esta terça-feira, à porta da EB 2,3 do Montenegro.

Os manifestantes aproveitaram o Dia Nacional da Indignação e Luta para alertar para uma situação que consideram «muito grave», que ligam a diversos acidentes que têm ocorrido dentro das escolas. Segundo a presidente da Associação de Pais daquele agrupamento Catarina Marques, tem havido «vários casos de crianças que vão para o hospital com traumatismo craniano», além de uma criança que perdeu a ponta de um dedo, bem como relatos de que «há miúdos mais velhos da escola de 2º e 3º ciclo que consomem droga dentro do recinto escolar».

Uma situação que preocupa os pais, que alegam que o número de funcionários é insuficiente para o número de alunos e está ligada a estas situações. «Ali na escola EB1 nova, há duas funcionárias para supervisionarem mais de 200 alunos», ilustrou. A falta de controlo eficaz por adultos também levou «que tenham sido danificados bens fora da escola, nomeadamente viaturas», referiu.

Em frente à sede do agrupamento, juntaram-se cerca de duas dezenas de encarregados de educação, entre os quais João Piedade. «Há falta de funcionários que auxiliem no cuidado dos miúdos fora das horas de aulas. Até ontem eram três, mas parece que terá chegado uma quarta funcionária hoje», disse.

Destas três auxiliares, apenas duas podem ser contabilizadas como supervisoras das crianças, já que uma delas «tem de estar sempre na porta, a atender telefonemas e a controlar as entradas». «E isto para o primeiro ciclo. São oito turmas com mais de 20 alunos para três auxiliares!», acrescentou.

Pai de duas crianças que frequentam estabelecimentos do Agrupamento, uma no primeiro ciclo e outra no pré-escolar, João Piedade diz que «no ano passado houve uma criança que perdeu a ponta de um dedo, numa brincadeira». «Os miúdos andam a correr e as auxiliares, por serem poucas, não têm como assegurar que há a devida calma», defende.

Segundo Catarina Marques, a direção do Agrupamento «tem feito esforços no sentido de conseguir arranjar pessoas», mas esta intenção tem esbarrado na difícil situação financeira do município de Faro. «Já tivemos várias reuniões com a Câmara, mas o que nos é dito é que estão ao abrigo de um Programa de Reequilíbrio Financeiro e não podem contratar pessoas». «Mas os pais não têm culpa disso. Não podem deixar a situação com está», considerou a presidente da Associação de Pais.

«Nós, neste momento, precisávamos de mais três pessoas na EB 1 nova, uma nas Pontes de Marchil, outra no Patacão e na Praia de Faro e pelo menos mais quatro na EB 2,3, a sede do Agrupamento», considerou.

Esta mãe acrescentou que o protesto também pretende repudiar os cortes de 500 milhões de euros na educação previsto no Orçamento de Estado para 2014, que foi hoje a votação. «Com isto, ainda ficamos mais preocupados», afirmou.

sulinformacao

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