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Pais das escolas básicas de Alto Rodes e do Carmo, em Faro, vão elevar «o tom dos protestos» e voltar a manifestar-se contra a alteração de horários dos seus filhos, em vigor desde 28 de outubro. A concentração está agendada para esta segunda-feira, às 8 horas, frente à EB1 de Alto Rodes, dirigindo-se em seguida para a sede de agrupamento, na Escola EB2,3 Afonso III.

Os encarregados de educação procuraram o diálogo, mas voltam ao protesto, por considerarem que a direção do Agrupamento de Escolas D. Afonso III, a que ambas as escolas primárias pertencem, «não está a salvaguardar o melhor interesse dos seus alunos e não está disponível para avaliar soluções alternativas».

Esta situação, que os grupos parlamentares do PSD, PS, CDU e BE já levaram à Assembleia da República, exigindo a reposição dos antigos horários, resultou de ordens emanadas pela Inspeção Geral de Educação e Ciência, após uma visita a estas duas escolas farenses. Na mesma situação está a Escola nº 5 de Olhão.

Apesar de, nos três casos, se tratarem de escolas que funcionam em regime de horário duplo, em que há dois turnos de alunos, um de manhã e outro de tarde, aquela entidade entendeu que teriam de cumprir uma carga horária de 25 horas letivas semanais, mais cinco de Atividades Extra Curriculares, em vez das 22,5 que estavam inicialmente estipuladas. Carga horária de componente letiva que não é possível garantir sem mudar os horários, devido à falta de espaço nas escolas.

Assim, as crianças do turno manhã passaram a entrar mais cedo e as do segundo turno a sair mais tarde. Uma situação que os pais não aceitam, por considerarem que prejudica os seus filhos, além de só ter sido anunciada quando o ano letivo já decorria e as famílias tinham «a vida toda organizada».

Os pais alegam, por um lado, que a lei permite uma carga horária entre as 22,5 e as 25 horas e, por outro, que a legislação também determina que os horários finais têm de ser revelados aos pais no ato da inscrição, não podendo ser alterados a meio do ano letivo. Opinião que os diferentes grupos parlamentares secundam.

Segundo revelou a Associação de Pais e Encarregados de Educação da EB1 de Alto Rodes num comunicado, a direção do agrupamento «informou que daria uma resposta à Associação de Pais até à passada sexta-feira, dia 2 de novembro, o que não se verificou». «Contactada telefonicamente na segunda-feira, dia 4, a Diretora do Agrupamento respondeu que ainda não tinha tido “oportunidade de se debruçar sobre o assunto”», revelou a Associação de Pais.

«Porque estamos convictos de que esta é uma situação que afeta gravemente as famílias e que prejudica de forma gritante crianças que deveriam ter aulas em regime normal, acreditamos que a população de Faro e os seus movimentos cívicos não ficarão indiferentes a esta violação do princípio da igualdade e que se juntarão a esta causa, ajudando a fazer ouvir as legítimas reivindicações dos pais destas escolas», concluíram os representantes dos encarregados de educação.

Nota: A ilustração é da autoria de João Pinto, pai de uma  criança que frequenta o estabelecimento.

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