Os encarregados de educação dos alunos que frequentam as duas escolas do 1º ciclo do ensino básico nº2 de Lagos e Sargaçal, que a Câmara de Lagos queria encerrar após o início deste ano letivo, opuseram-se a esta intenção e conseguiram que a autarquia recuasse.
A Câmara Municipal de Lagos tencionava encerrar as escolas do Sargaçal e a nº2 de Lagos, mais conhecida por escola dos Bombeiros, e transferir os alunos e professores para outros agrupamentos escolares, mas agora a medida só terá tomada no próximo ano, segundo avançaram esta terça-feira as entidades responsáveis.
Contactado pelo Sul Informação, o Gabinete de Informação e Relações Públicas da Câmara de Lagos adiantou que «a solução que havia sido previamente consensualizada entre a Câmara e os Agrupamentos, com o aval da Direção Regional de Educação do Algarve, foi contrariada pelos pais dos alunos destas duas escolas, em especial por a proposta de encerramento ocorrer já depois do início do ano letivo».
«A objeção foi aceite pela autarquia, apesar de se considerar que a medida preconizada não fosse acarretar prejuízo nas atividades letivas, uma vez que a transição dos alunos seria feita para escolas novas e melhor equipadas», acrescentou o Gabinete.
Assim, a Câmara decidiu manter ambas as escolas em funcionamento até ao final do deste ano letivo.
Júlio Barroso, presidente da Câmara de Lagos, admitiu à Antena1 o recuo na intenção de fechar a escola nº2, mas garantiu que, no próximo ano, o estabelecimento será mesmo encerrado, porque «não tem já condições». «Aquela escola, neste momento, é um encargo que não se justifica que todos os outros pais estejam a pagar», justificou.
Júlio Barroso admitiu que só acedeu a não fechar a escola por «uma questão de timing», porque, quando a decisão foi tomada, já tinha começado o ano letivo.
«O encerramento será equacionado no próximo ano letivo, na sequência de uma reunião entre as partes (Direção Regional de Educação do Algarve, Câmara Municipal de Lagos, Diretora do Agrupamento, Pais e Encarregados de Educação), levada a cabo no dia 3/10, em Lagos», afirmou esta tarde o diretor regional de Educação do Algarve Alberto Almeida ao Sul Informação
Na semana passada, Júlio Barroso já tinha argumentado que, «tendo em conta a baixa demográfica, há salas em escolas recentemente construídas de raiz ou alvo de requalificação que estão fechadas por não terem alunos».
Por isso, «analisadas as propostas em termos de equipamentos e de recursos humanos das escolas básicas do concelho» havia a possibilidade de fechar os dois estabelecimentos e de transferir os alunos, estando ambos os equipamentos escolares «referenciados na Carta Educativa do concelho, há vários anos, como escolas a desativar», explicava o autarca.
Segundo o edil, a ideia era transferir as duas turmas da escola do Sargaçal, uma com 12 e outra com 14 alunos, e as três turmas da nº2 de Lagos para estabelecimentos com mais espaço e condições.
Esta intenção de encerrar as duas primárias só foi comunicada pela autarquia aos agrupamentos escolares do concelho numa reunião que decorreu nos primeiros dias deste ano letivo.
Entretanto, em nota de imprensa, esta tarde, o Bloco de Esquerda do Algarve afirmou que «a atuação célere e adequada das deputadas Cecília Honório e Ana Drago foi decisiva. O trabalho articulado entre a Associação de Pais da escola nº2, o secretariado da Coordenadora Distrital do BE e o seu grupo Parlamento resultou no não encerramento desta escola, durante o ano letivo iniciado à menos de mês.
A escola do Sargaçal fica a seis quilómetros do centro de Lagos, enquanto a primária nº 2 situa-se junto à sede dos Bombeiros, no perímetro urbano da cidade.