Pedro Nunes, cuja nomeação para presidente do conselho de administração do novo Centro Hospitalar do Algarve acaba de ser confirmada em Conselho de Ministros, garante que «não está programado fechar coisa alguma na Saúde do Algarve».
Em declarações em primeira mão ao Sul Informação, Pedro Nunes acrescentou que, «antes pelo contrário, segundo indicações do senhor ministro da Saúde, o que está previsto é que, a haver dinheiro (e isso depende de muitos fatores externos ao Governo), será dada particular atenção ao Algarve».
Tal como o Sul Informação tinha adiantado em primeira mão esta manhã, o Conselho de Ministros aprovou, na sua reunião desta quinta-feira, 18 de julho, a nomeação do conselho de administração do Centro Hospitalar do Algarve, apresentada como uma «nova unidade de saúde que resultou da fusão do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, E.P.E., com o Hospital de Faro, E.P.E».
O comunicado do Conselho de Ministros acrescenta que «foi ouvida a Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública, que se pronunciou favoravelmente sobre as nomeações dos cinco elementos daquele conselho de administração».
Tal como o Sul Informação noticiou esta manhã, o conselho de administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) é presidido por Pedro Nunes, que ocupava o mesmo cargo no Hospital de Faro, e integra elementos provenientes tanto das unidades hospitalares da capital algarvia, como de Portimão.
Assim, como diretora clínica mantém-se a anterior responsável pelo mesmo cargo no Hospital do Barlavento, em Portimão, a médica Maria Gabriela Valadas Cartucho, enquanto José Fernando dos Santos, que era enfermeiro-diretor de Faro mantém esse cargo no CHA.
Permanecem ainda as vogais Patrícia Ataíde, que integrava a administração do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio (CHBA), a quem Pedro Nunes reconhece «grande experiência na parte logística e de aprovisionamento», e ainda Graça Pereira, igualmente apontada pelo novo responsável como pessoa com grande competência na parte financeira.
Quanto aos vogais indicados pelo CDS para a anterior administração do agora extinto Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio (Francisco Coutinho) e pelo PSD para a administração do Hospital de Faro (Luís Miguel Martins), vão manter-se a trabalhar, embora não integrem o novo conselho de administração do CHA.
«Como sabe, quando estas nomeações são interrompidas a meio, as pessoas podem ir calmamente para casa e continuar a receber. Mas tanto o Dr. Coutinho, como o Dr. Luís Miguel Martins, disponibilizaram-se para continuarem a colaborar pelo que vai ser encontrada uma função a que se adequem», disse Pedro Nunes ao nosso jornal.
Pedro Nunes nega fecho do Hospital de Lagos
«O senhor ministro não me solicitou, nem sugeriu, que fizesse o encerramento de nenhuma unidade, de urgências ou de serviços», garantiu Pedro Nunes, recém-nomeado presidente do conselho de administração do novo CHA, nas suas declarações ao Sul Informação.
«Antes pelo contrário! O ministro manifestou a sua preocupação com a necessidade de melhorar os cuidados de Saúde no Algarve, que é, por exemplo, a região do país com menos camas hospitalares por habitante», frisou.
Aquele responsável considerou assim, «um absurdo fechar o hospital e a urgência de Lagos», acrescentando que «Lagos tem um hospital com boas condições e vamos deixar a funcionar os serviços de que dispõe».
Valências em Portimão serão reforçadas com médicos de Faro
Quanto à eventual transferência de valências do Hospital do Barlavento Algarvio, em Portimão, para o de Faro, o presidente do CHA garantiu igualmente que tal não vai acontecer. «Essa foi uma especulação que não tem qualquer sentido», disse.
Ao contrário, «consultas e prestações de serviços que até agora eram deficitários em Portimão, vão agora passar a contar com o apoio de especialistas de Faro, que se deslocarão ao Barlavento», anunciou.
Aliás, terá sido essa uma das razões que levou Pedro Nunes a escolher como diretora clínica do CHA a médica que desempenhava as mesmas funções no antigo Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio. «Ela conhece bem a situação», disse.
«Portimão tem algumas carências e, de futuro, será Faro a apoiar Portimão. Em vez de serem as pessoas do Barlavento a terem de ir a Faro, serão os profissionais de Faro a deslocar-se ao Barlavento», frisou.
No caso das urgências, por exemplo, Pedro Nunes acrescentou que «poderá haver médicos de Portimão em Faro e vice versa». É que, sublinhou, a lógica do novo Centro Hospitalar do Algarve é que ele funcione «como um único hospital para toda a região».
A terminar, Pedro Nunes anunciou um «esforço para melhorar as condições dos cuidados de saúde no Algarve», acrescentando que isso é algo que «não se verá já amanhã», mas que «vai ser concretizado» a breve trecho.