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Pedro Nunes, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA), negou, em declarações ao Sul Informação, «qualquer intenção de despedir seja quem for» nos hospitais de Portimão e de Lagos, em resultado da criação do CHA.

O responsável respondia assim ao Bloco de Esquerda de Portimão, que ontem afirmou que «foi comunicado aos trabalhadores dos hospitais de Portimão e Lagos que os principais serviços administrativos do hospital de Portimão iriam fechar, passando a funcionar apenas em Faro, implicando o fim dos atuais locais de trabalho de pelo menos dezenas de trabalhadores».

O BE, em comunicado a que o Sul Informação teve acesso, acrescentou que «não é difícil imaginar qual o destino desses trabalhadores que assim serão considerados “a mais”: ou serão transferidos para Faro – sujeitos diariamente ao calvário da EN 125 ou às portagens da Via do Infante; ou serão transferidos, em Portimão, para os postos de trabalho ocupados atualmente por contratados a prazo (implicando a não renovação desses contratos – despedimentos com outro nome); ou então irão para a famosa “requalificação” (de novo, outro nome para despedimento)».

Para manifestar o seu repúdio por essa alegada situação, o BE portimonense marcou mesmo uma ação em frente ao Hospital do Barlavento, para a manhã desta quarta-feira, 7 de agosto, a partir das 7h45.

No entanto, Pedro Nunes considera que essas afirmações dos bloquistas são «um disparate». «Já afirmei e reafirmo, que não há nada que vá fechar, nem ninguém que vai ser despedido» por causa da junção dos três hospitais no CHA, garantiu.

«É claro que, com a junção das várias estruturas, houve reestruturação de alguns aspetos. Identificámos quais eram as melhores opções e entregámos as direções a quem era mais adequado, nuns casos em Portimão, noutros em Faro. Só é preciso, por exemplo, um Serviço de Aprovisionamento, e a sua direção fica em Portimão. Só é preciso um Serviço de Pessoal e o Recursos Humanos ficam em Faro. Em Portimão ficou também o Serviço de Transportes», explicou ainda o administrador do CHA. Há um «equilíbrio entre Faro e Portimão, isto não é um jogo Sporting/Benfica, é reestruturar os serviços para melhor servirem as necessidades do Algarve e dos algarvios».

«Com esta reestruturação em curso, há pessoas que de certa forma são prejudicadas, porque um diretor deixou de o ser e deixou de receber o subsídio por isso. Mas tal acontece tanto em Faro como em Portimão», disse.

 

«Supranumerários» serão «realocados» noutros serviços

 

Ainda assim, Pedro Nunes admite que há pessoas que, devido a estas reestruturações, possam mudar de serviço. «Há alguns supranumerários que passam para outros departamentos dos hospitais», ou seja, «uma realocação de trabalhadores a outras funções».

No entanto, volta a frisar, «ninguém será despedido». «O Algarve e os seus hospitais têm uma grande carência de recursos humanos, de profissionais, por isso não faz qualquer sentido falar em despedimentos», garantiu. E desafiou mesmo o Bloco de Esquerda de Portimão a «dizer qual foi o trabalhador que foi despedido».

 

Reestruturação traz novas especialidades aos hospitais

 

Pedro Nunes diz que, pelo contrário, a reestruturação que vai continuar a ser feita ao longo do mês de agosto trará até boas notícias aos utentes das três unidades que integram o Centro Hospitalar do Algarve.

«A partir de setembro», acrescentou, haverá, por exemplo, «especialidades que terão consultas em Portimão com médicos que vêm de Faro» e vice-versa. Um dos exemplos das especialidades cujas consultas Portimão atualmente não tem e que passará a ter é Neurocirurgia. Mas haverá mais, em todos os hospitais, de acordo com «um planeamento que estamos a fazer», garantiu o presidente do Conselho de Administração do CHA em declarações ao Sul Informação.

Outra novidade que vai resultar desta reestruturação permitida pela criação do Centro Hospitalar é a criação de um sistema de transportes que sirva os hospitais. «Durante o mês de agosto, estamos a tentar montar um sistema de transportes entre os dois hospitais, de modo a que uma pessoa possa trabalhar num ou noutro, sem ter que usar transporte próprio».

Pedro Nunes fez questão de frisar que «a boa gestão dos recursos humanos deste Centro Hospitalar não passa por despedimentos», até porque, reafirmou, «o Algarve tem é falta de profissionais».

«O Algarve é a zona do país com menor número de camas por habitante, com menor número de médicos por habitante, com quase o menor número de enfermeiros por habitante. Ainda no concurso aberto em 1 de agosto o Algarve foi a região com maior número de vagas abertas. E isso não era possível sem o Centro Hospitalar. O Algarve foi abandonado durante muitos anos, apesar de ser uma região muito importante. A reestruturação em curso pretende ajudar a alterar essa situação», conclui o presidente do Conselho de Administração do CHA.

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