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Protesto Ilhéus Reunião da Polis final 2015_12A Sociedade Polis da Ria Formosa vai continuar, depois do prolongamento por mais um ano deste programa de requalificação ter sido aprovado esta quarta-feira em Assembleia Geral desta entidade, que junta o Estado, como acionista maioritário, e as autarquias de Loulé, Faro, Olhão e Tavira.

Uma decisão que se adivinhava, uma vez que o Governo já tinha dito que iria viabilizar a continuidade da Polis, mas que vem com um «capital de esperança», já que, segundo o presidente da Câmara de Olhão António Pina, haverá uma postura diferente, da parte do novo Governo, que permite perspetivar um ano em que as demolições não estão entre as prioridades.

Protesto Ilhéus Reunião da Polis final 2015_9A prorrogação foi aprovada por maioria, com a abstenção da autarquia de Olhão e voto contra do edil farense Rogério Bacalhau, a isso obrigado por uma decisão da Câmara de Faro, onde a coligação PSD/CDS que o elegeu está em minoria.

Este desfecho, nomeadamente no que ao sentido de voto dos autarcas diz respeito (Olhão ponderava votar contra), deve-se em grande medida a uma missiva enviada pelo ministro do Ambiente, para ser lida na reunião de hoje da Sociedade.

No documento, o governante dava «um sinal claro de que a prioridade das intervenções para 2016 serão a reabertura das barras e canais e reforço do cordão dunar, e só estas». «Isto significa alguma coisa e acreditamos que o bom senso poderá imperar», acredita o edil socialista de Olhão.

António Pina fala mesmo «numa mudança de atitude», por parte do poder central. «Das conversas que tenho tido com o senhor ministro, nos últimos dias, este demonstra-se interessado, sobretudo, em retomar um caminho de diálogo com os autarcas», assegurou.

Esta foi a mensagem que o presidente da Câmara de Olhão, agora o representante dos autarcas na Sociedade Polis Ria Formosa (a função é rotativa), veiculou às dezenas de ilhéus que se concentraram à frente do Chalé João Lúcio, em Olhão, onde decorreu esta assembleia, na qual se teria obrigatoriamente de decidir pela continuidade, ou não, do período de  vigência da Polis Ria Formosa.

Os habitantes das ilhas-barreira marcaram presença em força para «pressionar» os decisores que estavam dentro da sala e acabaram por  bater palmas às garantias trazidas pelo emissário António Pina.

Protesto Ilhéus Reunião da Polis final 2015_3José Lezinho, habitante dos Hangares, diz manter a esperança e não se mostra incomodado pela continuidade da Polis. «Nós não somos contra a Polis e que façam as coisas boas que estão previstas, porque nós precisamos delas», disse. E manda uma mensagem ao Primeiro-Ministro António Costa, com quem esteve antes deste ser eleito e do qual terá recebido garantias.

«Esperamos que, a nível político, sejam cumpridas as promessas que foram feitas: a passagem deste processo para as autarquias. Isto foi prometido por António Costa e pelo PS, e foi o que a CDU e o BE disseram», lembrou.

Da parte destas duas últimas forças políticas, o apoio é claro, uma vez que já apresentaram ambas projetos de resolução na Assembleia da República, para tentar parar o processo das demolições na Ria Formosa. E a esperança reside no facto de, num passado recente, também o PS ter apresentado um projeto de resolução no mesmo sentido. Na altura, as propostas dos partidos de Esquerda foram chumbadas pela coligação de Direita no poder.

Também o presidente da Associação Ilha do Farol Feliciano Julio espera ver cumpridas as promessas eleitorais e confia na coerência dos partidos de Esquerda, que se uniram na criação de um Governo PS. «Todos eles se comprometeram a resolver os problemas dos ilhéus, por se tratarem de núcleos históricos, com mais de cem anos de existência», lembrou.

Ainda assim, promete que os habitantes das ilhas não irão facilitar, pelo menos até estar tudo «preto no branco». «O que queremos é que esta questão fique resolvida de uma vez por todas» e não apenas adiada, disse.

Protesto Ilhéus Reunião da Polis final 2015_7Tendo em conta a visão do presidente da Câmara de Faro Rogério Bacalhau, o único dos edis presentes que não é do PS, esta é uma atitude avisada.

«Na minha visão, esta mensagem do Ministro não traz nada de novo . Tinha esperança que as atitudes e os pressupostos, nomeadamente em relação às demolições, pudessem ser alterados, mas a convicção com que saio desta reunião é que é tudo para continuar, nos moldes que estava antes», considerou.

Na carta, na referência que é feita às demolições, apenas é garantido que não serão deitadas abaixo «casas de primeira habitação, sem que seja garantido o realojamento», o que já antes era uma regra.

Como será a atuação da Sociedade Polis Ria Formosa, no futuro, poderá ficar mais claro dentro de algumas semanas, altura em que os autarcas dos concelhos abrangidos pelo programa se reunirão com a tutela. O encontro ainda não tem data, mas deverá acontecer «na primeira quinzena de 2016», segundo espera António Pina.

Veja todas as fotos do protesto:

Fotos: Hugo Rodrigues/Sul Informação

 

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