A Ponte D. Maria, em Lagos, reabriu ontem à noite, eram 22h00 em ponto, à circulação automóvel. «Três anos e seis meses depois, a ponte volta a unir as duas margens da cidade», salienta a Câmara lacobrigense, responsável por esta obra que custou cerca de um milhão de euros.
A reabilitação da ponte, considerada «obra de importância vital para o Município, para além de consolidar a coesão urbana da própria cidade», vem facilitar a todos a circulação entre as duas margens da ribeira de Bensafrim, constituindo «uma mais-valia para o turismo e para os milhares que todos os anos visitam Lagos».
A obra, cujo valor total se situa em 1.093.247,95 euros (IVA incluído), é comparticipada em cerca de 65% por fundos comunitários (operação financiada no âmbito do PO Algarve 21 – Eixo 3 – Valorização Territorial e Desenvolvimento Urbano / Mobilidade Territorial), sendo o restante valor assegurado pela autarquia.
A residente da Câmara Maria Joaquina Matos manifestou a sua “enorme satisfação pelo facto de se ter conseguido dar resposta a um grande anseio da população”, recordando que, para este desfecho, muito contribuiu o facto de se ter conseguido a aprovação da candidatura apresentada e a estreita colaboração entre os serviços da Câmara, a empresa municipal Futurlagos, o empreiteiro Extraco – Construccións e Proxectos SA a firma de fiscalização, GSET – Global Serviços e Engenharia Total Lda, a equipa projetista, Consulmar – Projetistas e Consultores Lda e outros consultores que participaram em diversas áreas da intervenção.
A autarca aproveitou esta oportunidade para agradecer a colaboração das várias entidades em todo o decorrer do processo, nomeadamente a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, a Agência Portuguesa do Ambiente, a Direção Regional de Cultura do Algarve, a empresa Águas do Algarve e a EDP.
A obra incluiu o reforço estrutural dos pilares da Ponte através da execução de microestacas, a reabilitação arquitetónica da obra de arte, a construção de um novo tabuleiro e o reposicionamento sob ele das condutas de águas e esgotos e das infraestruturas de telecomunicações.
O novo tabuleiro da Ponte D. Maria apresenta agora uma largura total de 11,75 metros, compreendendo uma faixa de rodagem bidirecional com 6,50 metros de largura útil, passeios de dimensão generosa de ambos os lados, permitindo, assim, a opção mista pedonal/ciclovia.
Os passeios foram nivelados com a faixa de rodagem, mas separados fisicamente dela, solução que apresenta flexibilidade para, em caso de necessidade, reformular o espaço sobre o tabuleiro e criar mais uma faixa de rodagem.
Para o executivo municipal, a conclusão desta obra é considerada «um marco relevante para Lagos», por permitir «resolver uma situação de acessibilidades, vital para a ligação entre margens e o bom funcionamento de equipamentos (escolares e outros), das unidades hoteleiras, empresas e comércio, da Marina e infraestruturas portuárias e ferroviárias, que, desde 2012, vinham sentindo algum prejuízo nas suas atividades».
Alguns dados históricos sobre a Ponte D. Maria II, em Lagos:
Ponte lançada sobre doze arcos de meio ponto, de vãos desiguais, em alvenaria de tijolo rebocada e caiada, apoiados por talhamares piramidais a jusante e montante, com tabuleiro de nível, gradeado em ferro.
Pavimentada por alcatrão com duas fileiras de trânsito atravessando a Ribeira de Bensafrim. Algumas fontes indicam que, primitivamente, terá tido 13 arcos.
Séc. III-IV – construção da ponte (de origem romana)
1618 – obras de conservação
1755 – arruinada pelo terramoto de 1 de Novembro
1805 – destruídos três arcos em virtude das cheias de Novembro desse ano
1807 – conclusão das reparações
1958/1960 – construção do atual tabuleiro assente em 12 arcos
2012 – Fevereiro: encerramento devido ao perigo de desmoronamento
2015 – 10 de Agosto – reabertura da ponte, após obras profundas de conservação e requalificação