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A nova ponte de acesso à Praia de Faro poderá ter dois sentidos de trânsito automóvel, sempre que se justifique. O projeto anunciado pela Sociedade Polis Ria Formosa, responsável pela obra, prevê que a ponte tenha apenas uma via de trânsito e um corredor pedonal e ciclável, mas o presidente da Câmara de Faro Rogério Bacalhau garantiu que a autarquia poderá optar por uma solução alternativa, se assim entender.

O concurso para adjudicar a empreitada «está pronto e deve ser lançado dentro de um a dois meses» e, apesar da polémica que o tema continua a gerar, o projeto está há muito definido. No entanto, Rogério Bacalhau assegurou ao Sul Informação e à Rádio Universitária do Algarve, que a questão da faixa única para automóveis, principal pomo da discórdia, não é definitiva.

«O único projeto que conheço tem duas faixas, embora o que esteja definido no projeto é que uma das vias será pedonal e ciclável e a outra para entrar e sair da Praia (de veículos a motor). Mas isso será uma opção da Câmara, no futuro», disse o edil.

«A ponte tem duas vias que podem ser utilizadas por carros, normalmente. (…) A ponte não tem restrição nenhuma à utilização das duas vias para carros», assegurou. «Em situação de emergência, é evidente que se abrirá esse corredor para ambulâncias e carros de bombeiros», acrescentou.

Rogério Bacalhau admitiu mesmo que se pode «chegar ao ponto» de, em determinadas situações ou épocas do ano, utilizar ambas as vias para passagem de automóveis. Caso isso aconteça, os peões continuarão «a ter os passeios para aceder à praia», mas a ciclovia ficará «impedida ou as bicicletas terão de passar juntamente com os carros».

Apesar de avançar esta possibilidade, o presidente da Câmara de Faro explicou que há uma razão técnica para a opção defendida pela Polis de manter apenas uma via de trânsito automóvel.

«Na primeira reunião que tive com os técnicos da Polis, coloquei a questão do porquê de não se considerar, à partida, duas vias para os carros. O que me foi dito foi que isso não traria grande vantagem, em julho e agosto, a altura mais crítica em termos de trânsito, porque os tempos de espera que agora se fazem na reta da ponte, far-se-iam em cima da ponte e à entrada. Porque, quando a praia está congestionada, ter uma via de acesso livre significa ter mais confusão lá dentro», contou.

Rogério Bacalhau diz que «até aceita esse argumento», porque considera que, neste momento, «já não estamos na fase de discutir a obra, mas sim de a executar». «Tomou-se esta opção e, sem querer descartar responsabilidades, não tivemos influência nisso. Se agora disséssemos que queremos uma ponte diferente, isso significava começar de novo e ter a ponte daqui a quatro ou cinco anos».

Com o atual projeto, o edil farense conta ter a obra pronta bem antes disso e pede celeridade à Sociedade Polis na dinamização deste processo. Caso o concurso seja lançado nos próximos meses e «se tudo correr bem», seria possível começar a obra «no ano que vem». «Esta é uma empreitada para ano e meio, quase dois anos», o que remete a sua conclusão para 2017, na melhor das hipóteses.

A entrevista a Rogério Bacalhau, feita no âmbito do programa radiofónico «Impressões», abordou este e outros temas na ordem do dia em Faro, como a chegada do dinheiro do PAEL e a provável venda, dentro em breve, do edifício do antigo Magistério Primário, na Vila-Adentro da capital algarvia. A entrevista pode ser ouvida na íntegra aqui.

 

 

 

Entrevista: Hugo Rodrigues (Sul Informação) e Pedro Duarte (RUA FM)

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