A introdução de portagens na A22 poderá criar dificuldades a empresas e até a particulares que terão que repensar a sua vida (ou aguentar os custos adicionais) e nem as isenções ou descontos facilitam em todos os casos de pessoas que utilizam esta via para fins laborais, referiram hoje alguns condutores ao Sul Informação.
A espanhola Isabel Diaz é uma das condutoras que vai ter de fazer contas à vida com as portagens na A22. A viver do outro lado da fronteira, trabalha, no entanto, em Portimão. Pelas contas que foi conhecer hoje pela voz do diretor das Estradas de Portugal, sabe que se quiser manter o emprego que tem, vivendo em Espanha (e utilizando a A22) terá que pagar qualquer coisa como “20 euros diários de ida e volta”.
Questionada pelo Sul Informação sobre se já tinha conhecimento das portagens, respondeu afirmativamente. “Claro, trabalhando em Portugal já sabia há bastante tempo das portagens, mas só hoje soube o valor que vou ter de pagar… Assim, talvez tenha que mudar de emprego, porque o trabalho não me compensa o valor das viagens, tanto mais que tenho um filho pequeno”, respondeu Isabel Diaz.
Mas também – ou principalmente – entre portugueses esta é uma medida impopular. Embora não conduza na Via do Infante diariamente, Luís Rocha não foi apanhado de surpresa pelo primeiro dia de portagens, até porque já detinha o chip há algum tempo.
Mas afirma que esta pode ser uma medida estranguladora de algumas empresas. “As coisas já estão difíceis em todo o país, e isto só vai criar ainda mais problemas às empresas e aos cidadãos que necessitam de se deslocar”, refere.
Sobre o impacto da medida, Isabel Diaz refere que esta vai afetar em muito o turismo vindo de Espanha. “Há muita gente que vem ao Algarve para passar o fim-de-semana ou fazer compras, mas, com esta medida, isso é algo que vai deixar de acontecer, porque as coisas também não estão fáceis em Espanha”, refere Isabel Diaz.