As obras de requalificação urbana no centro da cidade de Lagoa estão atrasadas, uma vez que apenas a primeira fase, que termina com a pavimentação de ruas, em curso, ficará concluída até sexta-feira, último dia do mês de Março. Por terminar ficarão arranjos à superfície e ainda toda a instalação elétrica da iluminação pública e as calçadas.
No ano passado, a 30 de Novembro, o presidente da Câmara de Lagoa tinha garantido ao Sul Informação que os trabalhos iriam estar prontos «em Março, a tempo da Páscoa». Mas as obras acabaram por sofrer alguns atrasos, levando a ultrapassar em cerca de um mês o prazo inicial de cinco meses.
Fonte da Câmara de Lagoa disse ao nosso jornal que «neste momento, o empreiteiro está a acabar tudo à superfície, com o alcatroamento das ruas onde foram feitas obras».
A pavimentação terá que estar pronta até sexta-feira, uma vez que, no domingo, dia 2 de Abril, essas artérias do centro da cidade – Largo Alves Roçadas, Rua Manuel de Arriaga, Praça da República e Rua Coronel Figueiredo – serão percorridas por uma das procissões tradicionais da Quaresma.
Aliás, ao que o Sul Informação apurou, a paróquia de Lagoa tem pressionado a Câmara no sentido de terminar rapidamente as obras, já que, a cidade tem tradição nas procissões do Senhor Morto (na noite de Sexta-Feira Santa) e de Páscoa. Mas, sem o piso terminado, seria impossível que os cortejos religiosos passassem pelas ruas que utilizam há centenas de anos.
As obras no centro de Lagoa, que começaram pela substituição de toda a rede de águas, esgotos e águas pluviais, têm causado graves transtornos aos comerciantes da zona, aos vendedores do Mercado Municipal, bem como aos serviços, nomeadamente os Correios, a dependência da Caixa Geral de Depósitos e até a capela mortuária instalada na Igreja da Misericórdia.
Para compensar estes transtornos, a Câmara de Lagoa pagou já cerca de 70 mil euros, tendo atribuído aos comerciantes, lojistas e donos de cafés da zona verbas entre os 1500 e os seis mil euros. Quanto aos vendedores da praça, cujos negócios sofreram uma enorme quebra, o município isentou-os do pagamento de taxas, mas pondera agora a atribuição de compensações financeiras.
O que é certo é que, como se pode ver nas fotografias, as obras têm não só afetado o acesso de possíveis clientes aos estabelecimentos, como têm mesmo obrigado, em determinadas fases dos trabalhos, ao seu encerramento. E as lojas afetadas são não só as que se situam nas ruas onde decorrem os trabalhos, como em muitas das artérias circundantes.
«Há quase seis meses que andamos nisto, não há meio de acabarem as obras!», desabafou um comerciante, em declarações ao Sul Informação, enquanto tentava, pelo meio das máquinas em movimento, atravessar a rua para entrar na sua loja, fechada durante esta semana, devido à repavimentação em curso. «Não vendo nada, mas vou aproveitar para organizar algumas coisas na loja».