Os cerca de 90 professores que asseguram as Atividades Extra Curriculares (AEC) nas escolas básicas de Portimão pararam esta sexta-feira, e por tempo indeterminado, porque o salário de fevereiro ainda não lhes foi pago, disse ao Sul Informação um dos docentes afetados.
Estes professores são contratados pela empresa «Educar a Sorrir», que, por sua vez, tem um contrato com a Câmara de Portimão, para prestar este serviço, que engloba aulas de Atividade Física, Inglês, Expressões e Música. Acontece que, ao que revelou aquele professor, a autarquia voltou a não pagar à empresa, impedindo-a de cumprir as suas obrigações.
«Pelo que nos disseram, a Câmara não vai pagar de certeza até dia 15. Antes dessa data, garantidamente que não haverá dinheiro. E depois não se sabe…».
Os professores das AEC já em dezembro tinham parado e, na altura, tinham-se manifestado frente à Câmara Municipal de Portimão, vindo a ser pagos poucos dias depois.
Nessa altura, explicou o professor que contactou o Sul Informação, foi estabelecido com a autarquia um plano de pagamento, que estipulava que esta pagaria sempre até dia 8 de cada mês e que, se tal não acontecesse, os professores paralisariam a sua atividade nas escolas. «É isso que estamos a fazer a partir de hoje: vamos estar parados até que sejamos pagos ou até que haja uma resposta clara da autarquia sobre quando seremos pagos», sublinhou o docente.
A mesma fonte garantiu ainda que, desta vez, os professores não deverão fazer nenhuma manifestação: «optámos por cumprir a nossa parte do acordo feito em dezembro com a Câmara, ou seja, vamos parar até sermos pagos ou até que haja garantia séria de quando isso acontecerá».
Mesmo sem a visibilidade de uma manifestação à porta dos Paços do Concelho, a paralisação dos professores responsáveis pelas AEC vai trazer problemas, já que milhares de crianças das escolas básicas de Portimão ficam sem essas atividades. «Se nós não trabalharmos, ninguém trabalha, porque os pais não têm onde deixar as crianças», concluiu a mesma fonte.
Fonte do Gabinete da Presidência da Câmara de Portimão confirmou, em declarações ao Sul Informação, este atraso nos pagamentos, mas garantiu que «está a ser feito um esforço muito grande por parte da Câmara para conseguir honrar este compromisso, já que em causa estão pessoas, salários, alunos».
No entanto, segundo a mesma fonte, «até agora não foi possível», até porque a autarquia, nestes primeiros dois meses do ano, «sofreu uma queda brutal de receitas».
«Esta é a 1ª prioridade de pagamento da Câmara, conforme o nosso compromisso, mas até agora não conseguimos honrá-lo. Vamos trabalhar com as escolas para ver como é que conseguimos resolver isto», concluiu a fonte do Gabinete da Presidência.
Atualizado às 18h17, acrescentando a posição da Câmara de Portimão.