O Projeto «A Arte do Latoeiro», que resulta de uma parceria entre a Câmara de Silves e a empresa algarvia Proactivetur foi uma das nove premiadas do Programa Tradições 2016-2018 da EDP, que tem uma dotação orçamental total de 250 mil euros.
A candidatura algarvia foi uma das escolhidas entre 105 propostas para receber um apoio financeiro da energética portuguesa, tendo sido a única escolhida no Algarve. O protocolo de colaboração entre as duas entidades promotoras e a EDP já foi assinado ontem, quarta-feira.
O projeto «A Arte do Latoeiro» pretende «contribuir para a revitalização da arte do latoeiro, através da dinamização de ação de formação de aprendizes de latoeiro em oficina recriada, integrando e sensibilizando a comunidade através do desenvolvimento de workshops», segundo a Câmara de Silves.
A ideia é iniciar um primeiro curso de latoeiro em Abril próximo ano, podendo os interessados contactar desde já a Câmara de Silves ou a Proactivetur para obter mais informações.
«Pretende-se, também, que sejam desenvolvidos novos produtos que incorporem soluções de design atuais e utilitários, passíveis de entrar no mercado. Estas ações têm como objetivo reativar a relação da comunidade com este ofício, particularmente do meio escolar, documentá-lo através de registo vídeo e reabilitá-lo no território», acrescentou a autarquia.
Para montar uma oficina desta arte tradicional, os promotores do projeto vão utilizar o espólio completo de latoeiro que foi doado à autarquia silvense pela família de Raul Nascimento, um dos últimos mestres, «que irá agora desempenhar um papel preponderante na revitalização desta arte».
«A arte da latoaria foi, num passado recente, uma atividade comum no Algarve. Praticamente em todos os concelhos existiam mestres que desenvolviam peças utilitárias, em materiais como a folha-de-flandres ou lata. Do nosso quotidiano faziam parte objetos como baldes, galheteiros, chuveiros ou as almotolias. Hoje, porém, esta arte está prestes a desaparecer», acrescentou a Câmara de Silves.
O programa EDP Tradições 2016-2018, iniciativa da EDP Produção, tem como objetivo «apoiar as tradições mais genuínas da cultura popular, permitindo a recuperação de práticas ancestrais em desaparecimento através da introdução de novas dinâmicas sobre a cultura como forma de preservar a memória coletiva, bem como a produção de bens culturais e a sua divulgação a novos públicos».