O Projeto Querença vai receber o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, no âmbito do seu Programa Ambiente.
A Universidade do Algarve, uma das promotoras deste projeto, salienta, na sua página do Facebook, que «é uma honra e um privilégio este apoio e desde já agradecemos a confiança depositada nesta nossa iniciativa».
A Fundação Manuel Viegas Guerreiro, em parceria com a Universidade do Algarve, lançou o «Projeto Querença» para dar uma nova dinâmica económica ao interior do concelho de Loulé, com especial enfoque na freguesia que dá nome à iniciativa.
Ao mesmo tempo, promoveu a fixação na aldeia dos nove jovens licenciados que estão ligados ao projeto, uma condição para a sua contratação.
O «Projeto Querença» pretende, desde logo, contrariar a tendência de abandono do espaço rural, que nas últimas décadas tem deixado o interior com cada vez menos população.
«Há aí uma série de territórios que estão desertificados, mas que têm recursos. Por outro lado, temos uma universidade na região que produz todos os anos muitos licenciados, que não sabem bem o que fazer com as suas qualificações», ilustrou o coordenador do projeto João Ministro.
E é também na qualificação que este projeto se baseia. O «Projeto Querença» é dinamizado por uma equipa multidisciplinar composta por licenciados em áreas que vão desde a Agronomia e a Engenharia Alimentar ao marketing e gestão, passando pela arquitetura paisagística. Já do seu coordenador, basta recordar que foi o principal responsável pela primeira fase do projeto Via Algarviana, promovido pela associação Almargem.
«A ideia é simples. Criámos uma equipa de missão, porque isto é uma missão, e colocámo-la num território, a freguesia de Querença. Durante nove meses, estes jovens terão de desenvolver projetos que sejam viáveis do ponto de vista económico, no final do processo», explicou João Ministro.
«Mesmo que alguns deles não se fixem aqui, ou que alguns projetos não estejam ainda no ponto de se avançar para uma empresa, já há uma base para trabalhar», acrescentou.
A equipa do «Projeto Querença» também está a dar apoio a empresas que já existem. «A Farrobinha», produtora de licores e compotas, entre outros produtos tradicionais, é um bom exemplo. Além de apoio à modernização e gestão, a iniciativa da Fundação Manuel Viegas Guerreiro vai permitir que a empresa crie uma nova imagem e que os seus produtos tenham um design renovado, original e mais apelativo.
Recentemente, a Fundação assinou também um protocolo com a CCDRA, de modo a passar a ser responsável pelo Projeto TASA (Tecnologias Ancestrais Soluções Atuais), para promover a constituição de uma empresa com a participação dos artesãos algarvios e designers ligados a esse projeto.
No domingo, dia 18 de dezembro, a aldeia será palco da 3ª edição do Mercado de Querença. Ir à horta apanhar a couve mais fresca, para acompanhar o bacalhau na consoada ou aprender mil e uma maneiras para cozinhar essa couve são duas das propostas para os visitantes do Mercado, que inclui ainda um concerto e um passeio cultural.
Além dos dois parceiros principais, o «Projeto Querença» conta com o apoio da Câmara de Loulé, da Junta de Freguesia Local e do Instituto do Emprego.