O presidente do PS Algarve manifestou hoje a sua «forte preocupação» face às eventuais consequências da reavaliação da Rede Nacional de Emergência e Urgência (RNEU), tendo considerado que, a concretizar-se, a proposta terá« impactos nefastos na qualidade dos serviços de saúde, com prejuízos para as populações e para o desenvolvimento da região».
De acordo com o relatório da Comissão de Reavaliação da RNEU, está previsto o encerramento dos Serviços de Urgência Básica (SUB) localizados em Lagos e em Loulé, bem como a eventual supressão de uma das ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV) situada em Tavira e do helicóptero sediado em Loulé.
«O eventual encerramento dos SUB de Lagos e Loulé provocará a destruição da rede do Algarve, que o próprio documento reconhece como única, com impactos nefastos para a estratégia de desenvolvimento da região e populações, bem como uma sobrecarga para os serviços que se propõem como alternativa», considera António Eusébio, para sublinhar que o encerramento de respostas públicas em cuidados de saúde no Algarve, terá fortes repercussões na segurança e na imagem da região, com graves consequências ao nível da procura turística nacional e internacional.
«A sazonalidade associada à procura turística impõe a prestação e qualificação dos serviços de saúde mas, a reavaliação proposta, irá penalizar a região em termos de acessibilidade e qualidade das respostas públicas», denuncia o líder regional do PS, manifestando-se solidário com os municípios diretamente afetados, defendendo que os mesmos deveriam de ter sido ouvidos sobre a questão.
Considerando que a equidade e acessibilidade aos cuidados de saúde pelas populações residentes nas áreas abrangidas pela proposta de reavaliação da RNEU ficam seriamente penalizados devido aos constrangimentos da mobilidade e da rede de transportes públicos, o PS Algarve alerta sobretudo para a inevitável sobrecarga dos Serviços de Urgência (SU) do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio e Hospital de Faro, devido ao redirecionamento dos atendimentos de emergência e de urgência para aquelas unidades.
Os referidos SU já registam um excesso de procura, como é referido pelo próprio estudo do Ministério da Saúde, segundo o qual, em 2010, o Algarve foi a segunda região do País a registar maior número de episódios de urgência por 1000 habitantes, superando a média nacional e à frente da Região Centro, Lisboa e Vale do Tejo e do Norte.
«Estamos perante a implementação de um programa ideológico de manifesto ataque ao Estado Social, estruturado em meras medidas pontuais e aleatórias, sem estratégia e consistência face às realidades existentes, baseado apenas em medidas eminentemente economicistas», critica o dirigente socialista, para recordar que, a presente proposta, reduz substancialmente a rede de urgências comparativamente à de 2007/2008, a qual foi alvo de contestação por parte dos partidos que apoiam o atual Governo.
«O Algarve e os algarvios merecem mais respeito», refere António Eusébio, para salientar que o PS Algarve exige a manutenção do funcionamento das atuais respostas públicas em cuidados de saúde, com aposta na melhoria da respetiva qualidade e acessibilidade, ao mesmo tempo que manifesta a sua disponibilidade para responder em conjunto à proposta em causa, desafiando as forças políticas da região a combaterem a destruição da rede de emergência e de urgência da região.
A concluir, o PS Algarve questiona ainda o Governo acerca das verdadeiras opções que pretende assumir para o Algarve em termos de políticas de saúde, e como se enquadram estas na estratégia de desenvolvimento da região.
O Algarve tem uma Rede de Emergência Pré-hospitalar dotada de quatro ambulâncias SIV, sediadas em Lagos, Quarteira, Tavira e Vila Real de Santo António, três viaturas médicas de emergência e reanimação em Portimão, Albufeira e Faro e um Helicóptero do INEM sediado no heliporto de Loulé. A Rede de Urgência Hospitalar dispõe de quatro SUB, situados em Lagos, Albufeira, Loulé e Vila Real de Santo António e dois Serviços de Urgência Hospitalares em Portimão e Faro.