O PS/Algarve defendeu que David Santos «deixou de ter condições políticas» para continuar a ser o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve a partir do momento em que foi eleito como líder do PSD, a nível regional.
Os socialistas convidam o atual responsável máximo pela CCDR do Algarve «a apresentar a sua demissão imediata», assegurando que «em situação idêntica, no passado, dirigentes do mesmo organismo nomeados pelo PS demitiram-se e colocaram os respetivos lugares à disposição do Governo em funções».
A eleição do novo presidente do PSD/Algarve teve lugar no sábado e motivou uma reação célere dos socialistas algarvios, que lançaram uma nota de imprensa a colocar em causa a capacidade de David Santos em separar as águas entre a sua atividade de dirigente partidário e o cargo público que ocupa.
Os socialistas consideram ser «pouco crível que o presidente eleito do PSD/Algarve reúna as condições de confiança, independência, imparcialidade, isenção e lealdade exigíveis, nomeadamente para desenvolver eventuais delegações de competências e operacionalizar as determinações recebidas dos membros do Governo no exercício das suas funções profissionais, enquanto lidera a oposição ao mesmo tempo fora do horário de expediente, em termos regionais».
Entre as competências das CCDR estão «atribuições no domínio do desenvolvimento regional e fundos comunitários, que prestam apoio às autarquias locais e às suas associações, funcionando como principal interlocutor junto dos cidadãos e das suas organizações, de forma a assegurar uma maior relação de proximidade», recorda o PS.
Por outro lado, estas entidades «assumem uma função de interlocutores privilegiados para a nova dinâmica que se pretende imprimir às diversas políticas de desenvolvimento regional, articulando ações concretas com os serviços locais dos organismos centralizados e promovendo a atuação coordenada dos serviços desconcentrados de âmbito regional».
«O PS/Algarve entende que tal papel não poderá ser assumido de forma plena pelo líder do principal partido da oposição, particularmente num quadro de reforma da administração desconcentrada e de preparação para as eleições autárquicas de 2017», defende.
«Os algarvios e os portugueses votaram para mudar as políticas e exigem uma Administração Pública liderada por dirigentes empenhados e motivados na concretização das políticas de mudança e na prossecução do interesse público», concluiu o PS/Algarve.