O PS de Faro está disponível para ajudar a coligação e os autarcas que lideram a Câmara Municipal a chegar «com dignidade ao fim do mandato», disse ao Sul Informação Luís Graça, presidente da Concelhia socialista farense.
Esta manifestação de disponibilidade surge no dia em que foi conhecida a decisão do Tribunal Constitucional de indeferir o recurso do atual presidente da autarquia de Faro, Macário Correia, sobre a sua condenação à perda de mandato.
O autarca do PSD foi condenado, em primeira instância, por violação de instrumentos de ordenamento do território – Protal e PDM – quando ainda era presidente da Câmara de Tavira, uma condenação da qual Macário recorreu até ao Tribunal Constitucional (TC), que agora confirmou a perda de mandato do autarca.
«A decisão do TC vem confirmar as palavras do PS em julho do ano passado. Isto é, o engenheiro Macário Correia foi e está condenado por violação repetida e sistemática dos instrumentos ambientais e de ordenamento do território», frisou Luís Graça, acrescentando que a situação é ainda mais grave pelo facto de «se tratar de um antigo secretário de Estado do Ambiente».
O dirigente do PS/Faro manifestou ainda a disponibilidade do seu partido para ajudar ao «normal e regular» funcionamento da Câmara de Faro. Os socialistas afirmam querer ajudar a «encontrar uma solução de transição que garanta o completo desenvolvimento da cidade de Faro, o acompanhamento das pessoas que precisam da Câmara e o funcionamento da autarquia».
Luís Graça voltou também a desafiar os partidos que sustentam a maioria na autarquia, nomeadamente o PSD e o CDS-PP, a dizerem «se mantêm a confiança política num autarca condenado em tribunal».
É que, com a saída de Macário Correia da presidência da Câmara, deverá ocupar o seu cargo o atual vice-presidente Rogério Bacalhau.
Mas diversas fontes contactadas pelo Sul Informação sublinham que não é líquido que o autarca não se possa voltar a candidatar à Câmara de Faro nas Eleições Autárquicas deste ano. Daí o repto lançado pelo PS farense aos partidos da coligação no poder, que, além do PSD e CDS, incluem ainda o MPT e o PPM.
No entanto, desde a liderança de Marques Mendes, que o PSD não tem aceite a candidatura de pessoas condenadas em tribunal, pelo que as hipóteses de Macário, se se mantiver a mesma linha de orientação da cúpula social-democrata, devem ser escassas.