O PS e o PCP algarvios vieram a público condenar a suspensão temporária da assistência a grávidas, em algumas especialidades, anunciada pelo Serviço de Obstetrícia do Hospital de Faro.
Para ambos os partidos, esta situação é um reflexo da degradação do Serviço Nacional de Saúde, no Algarve.
Numa comunicação interna, a direção deste serviço anunciou que, devido à falta de médicos, teria de ser «temporariamente suspensa, nos meses de Agosto e Setembro», a realização das ecografias obstétricas, consultas de Medicina Materno-Fetal e consulta de referenciação às 38 semanas a grávidas que estejam a ser seguidas nas unidades dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) do Sotavento e Central.
No seguimento das notícias que vieram a público, entre as quais a do Sul Informação, o PS/Algarve manifestou a sua «preocupação e indignação», onde lamenta «que o CHA reduza progressivamente os cuidados de saúde que coloca à disposição dos utentes algarvios e dos que nos visitam» e dá como exemplo «o aumento dos tempos das listas de espera para consultas e/ou intervenções de distintas especialidades».
Já o PCP considerou que «esta grave decisão – tal como outras que têm sido tomadas – vem ilustrar, mais uma vez, o processo de contínua degradação do Serviço Nacional de Saúde na região e no país, inserindo-se na estratégia de desmantelamento do SNS e de crescente privatização dos cuidados de saúde».
As críticas do PS também se estenderam à Administração Regional de Saúde do Algarve, colocando em causa a solução que esta entidade garantiu ao Sul Informação que estava a preparar. Mas, no dia seguinte, a ARS anunciou que contratualizou com o grupo Hospitais Privados do Algarve a realização dos procedimentos que o CHA não tenha capacidade para garantir.
Uma solução que não agrada ao PCP, que considera que este recurso a empresas privadas alimenta «um negócio que cresce à custa do erário público e da destruição do SNS».
Os comunistas adiantam que irão, por via do deputado Paulo Sá, questionar o Governo na Assembleia da República sobre esta situação e exigir que sejam tomadas «medidas urgentes de reforço do quadro clínico do Hospital de Faro para responder a este e a outros problemas».
«Afetando a maioria dos concelhos do Algarve, esta medida vem mais uma vez confirmar que os responsáveis da área da saúde no Algarve não estão à altura dos lugares que ocupam nem respeitam os interesses e necessidades dos cidadãos algarvios», concluiu, por seu lado, o PS.