O Partido Socialista de Portimão considera o comunicado do PSD sobre o caso Urbis/EMARP como «um conjunto insustentado de chavões e frases feitas, onde não existe lugar à demonstração do que é dito, nem preocupação em abordar de forma profunda e séria esta temática».
No seu comunicado de sábado, os social-democratas portimonenses classificaram o processo de extinção da Urbis e as questões laborais daí decorrentes como um «desastre completo».
Fazendo referência à notícia revelada em primeira mão pelo Sul Informação, do abaixo-assinado de mais de metade dos trabalhadores da EMARP, contra alegados «desequilíbrios» na integração de trabalhadores da Urbis, o PSD disse que «a internalização e externalização de funcionários daquela empresa do sector empresarial local, bem como a sua “liquidação”, é uma confusão e, quiçá, com diversos problemas jurídicos que devem ser alvo de análise».
Ora, num comunicado divulgado esta manhã, o presidente da Comissão Política Concelhia de Portimão do PS acusa o PSD de «disparar em todas as direções com pólvora seca e, não havendo naturalmente alvos para atingir, fica-se por cortinas de fumo que apenas servem a sua estratégia de mostrar que existe».
João Vieira considera que é isso que «acontece quando [o PSD] lança suspeitas sobre o processo, ignorando que este tem estado a ser acompanhado pelas estruturas sindicais representativas dos trabalhadores», ou «quando acena com a necessidade de fiscalização por parte da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), ignorando que foram precisamente as consultas feitas à ACT sobre o processo de externalização na EMARP que inviabilizou outra solução que não a agora concretizada».
Em resposta, Hélder Renato Rodrigues, novo presidente dos social-democratas portimonenses, diz que, em relação à intervenção da ACT, «parece que o PS confunde acompanhamento e fiscalização ao processo que agora está a decorrer com consulta no início desse procedimento».
«Mantemos que iremos solicitar à ACT esse acompanhamento e agora, uma vez que foi tornado público que existiu uma consulta à ACT, solicitaremos os documentos submetidos a essa entidade no âmbito da consulta efetuada “a priori” por parte da EMARP/Urbis ou Câmara Municipal», acrescenta.
O PSD é, neste momento, a único dos grandes partidos que não está representado na vereação da Câmara de Portimão, já que Pedro Xavier, que tinha sido eleito como vereador e era na altura líder dos social-democratas locais, depressa se passou para o lado do PS, viabilizando a maioria socialista no executivo e, com isso, perdendo a confiança política do seu partido, do qual, aliás, está suspenso por dois anos.
Assim sendo, o PSD foi a único partido a não participar, ontem, na reunião extraordinária sobre o caso Urbis/EMARP, na qual estiveram presentes a presidente Isilda Gomes, os vereadores permanentes Castelão Rodrigues, Ana Figueiredo e Pedro Xavier, e ainda os três vereadores da oposição, João Vasconcelos (Bloco de Esquerda), José Pedro Caçorino (Servir Portimão) e Nelson Freitas (CDU).
Não acompanhando de perto o caso, resta aos social-democratas tentar fazê-lo através de reuniões com as partes envolvidas. A primeira delas, com os sindicatos, terá lugar hoje, 7 de Janeiro. Também nesta quarta-feira, seguiu, segundo revela Hélder Renato, um email para a presidente do conselho de administração da EMARP, a também presidente da Câmara Isilda Gomes, a solicitar uma reunião.
«O PSD de Portimão assume uma Oposição responsável. Quer acompanhar e ser esclarecido sobre o procedimento, para depois poder contribuir para a solução. Por isso, solicitou diversas reuniões com as entidades intervenientes em vez de, como afirma o PS de Portimão, utilizar apenas chavões», diz.