O PS/Faro defendeu que os pescadores da Praia de Faro «têm o direito de saber se podem viver na Ilha» e que não existem «condições para avançar com as demolições» até ao esclarecimento desta questão. Uma exigência que está na base de uma moção que os socialistas vão apresentar esta segunda-feira, na Assembleia Municipal, para que a autarquia peça a concessão das ilhas-barreira do concelho.
«A Câmara e o Governo da direita estão claramente a começar a casa pelo telhado, aprovando demolições antes de esclarecer cabalmente o que pretendem fazer com as pessoas que têm a sua primeira habitação e a sua atividade económica na ria», defende o presidente do PS/Faro Luís Graça.
Os socialistas alegam que sempre defenderam «um Programa POLIS centrado na requalificação das ilhas barreira e não focado exclusivamente nas demolições» e consideram que «aqueles que têm primeira habitação ou atividade profissional ligada ao mar e à ria, no ativo ou na reforma, têm o direito, até previsto no POOC – Plano de Ordenamento da Orla Costeira (Vilamoura – Vila Real de Santo António), de continuar, caso seja essa a sua vontade, a viver na Ilha de Faro».
Uma posição que não difere substancialmente da já assumida pelo executivo liderado por Rogério Bacalhau.Na altura em que foi realojado na Praia de Faro o único habitante do ilhote da Cobra, na Ria Formosa, o gabinete da presidência da Câmara de Faro disse ao Sul Informação que a autarquia tem a intenção de realojar no mesmo núcleo habitacional as «cerca de 50 famílias» que têm a primeira habitação nas áreas que o Polis vai renaturalizar e que tenham atividades ligadas ao mar.
Mas, defende o PS, as ações que têm sido tomadas não apontam nesse sentido. «A Câmara e o Governo PSD/CDS estão a alocar verbas e a lançar concursos para demolições quando até à presente dada não existe um única casa para realojar uma família que seja, não existem verbas para construir casas e nem tão pouco existe a salvaguarda de que os pescadores que queiram continuar a viver na ilha de Faro vão poder ficar, onde vão residir e em que moldes tal pode acontecer», acusa Luís Graça.